Grande Sertão Veredas: Antônio Callado sobre Guimarães Rosa
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- čas přidán 1. 03. 2014
- Entrevista dada por Antônio Callado sobre a obra de Guimarães Rosa. Antônio Carlos Calado (Niterói, 26 de janeiro de 1917 - Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1997) foi um jornalista, romancista, biógrafo e dramaturgo brasileiro.
Antônio Callado, apesar de formado em Direito (1939), nunca exerceu atividade na área jurídica. Militou na imprensa diária no período entre 1937 a 1941, nos jornais cariocas O Globo e Correio da Manhã. Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, transfere-se para Londres onde trabalhou para a BBC até 1947. Depois da libertação de Paris, trabalhou no serviço brasileiro da Radiodiffusion française.
Na Europa descobre "sua tremenda fome de Brasil". Lê incansavelmente literatura brasileira e alimenta o desejo de, ao voltar, conhecer o interior do país. Na volta, satisfaz esse desejo ao fazer grandes reportagens pelo Nordeste, pelo Xingu, sobre Francisco Julião, Miguel Arraes e outras.
Atuou como redator-chefe do Correio da Manhã de 1954 a 1960, quando foi contratado pela Enciclopédia Britânica para chefiar a equipe que elaborou a primeira edição da Enciclopédia Barsa, publicada em 1963. Redator do Jornal do Brasil, cobriu, em 1968, a Guerra do Vietnã. Em 1974, dá aulas nas universidades de Cambridge, na Grã-Bretanha, e Columbia, nos Estados Unidos. Em 1975, quando trabalhava no Jornal do Brasil, deixa a rotina das redações para dedicar-se profissionalmente à literatura.
Callado estreou na literatura em 1951, mas sua produção na década de 1950 consiste basicamente em peças teatrais, todas encenadas com enorme sucesso de crítica e público. Mas a mais bem sucedida foi Pedro Mico, dirigida por Paulo Francis, com o arquiteto Oscar Niemeyer em inusitada incursão pela cenografia, e Milton Moraes criando o papel-título. Foi transformada em filme estrelado por Pelé.
A produção de romances toma impulso nas décadas de 1960 e 1970, período em que surgem seus trabalhos mais importantes. Alinhado entre os intelectuais que se opunham ao regime militar, tendo por isso sido preso duas vezes, Calado revela em seus romances seu compromisso político, principalmente naquele que muitos consideram o romance mais engajado daquelas décadas, Quarup.
Callado escrevia à mão e mantinha uma rotina de trabalho, com horário rígido para todas as atividades, que incluíam duas caminhadas por dia. Mandou fazer uma mesinha portátil que o acompanhava pela casa toda, permitindo-lhe escrever em qualquer lugar. Não discutia, nem comentava seu trabalho com ninguém, até que estivesse finalizado.
Recebeu várias condecorações e prêmios, no Brasil e no exterior. Morreu dois dias depois de completar 80 anos. De seu casamento em 1943 com Jean Maxine Watson, inglesa, funcionária da BBC, teve três filhos, entre eles a atriz Tessy Callado. Em 1976, casou-se com Ana Arruda.
Que sorte podermos ver a entrevista do Callado sobre o Rosa! Homem fabuloso, romancista notável, pessoa de uma finura sem igual, faz ele imensa falta neste nosso Brasil conspurcado de 2020. Saudades.
Que alegria iuvir isso!😊
Antonio Callado era um homem generoso, leve e profundo. Sua obras são indispensáveis.
Ave Palavra! Amo meus escritores!
Grande Antonio Callado! Excelente entrevista.
Callado, generoso e arguto.
Maravilhoso
Callado: que falta faz um homem capaz de avaliar com generosidade um grande autor que tinha filosofia em muitos pontos antagônica à própria.
Poderia falar um pouco mais sobre isso?
Para mim o Callado foi um grande escritor e um militante progressista extrovertido que defendia suas ideias no dia a dia já Guimarães Rosa talvez pela formação no Itamarati deixa sua obra falar e tem atitudes humanistas até o ponto do risco pessoal durante a segunda guerra mundial. Apesar destes comportamentos diferentes eu senti uma generosidade ao falar do outro. Obrigado por perguntar
@@manitchuk Callado era mais do que progressista, era socialista mesmo, autodeclarado. Porém, voce está certíssimo, Rosa não se posicionava. O relato em vídeo do Antonio Candido dessa série comprova.
@@TheJaoz3De um lado o Rosa tem um compromisso, uma regra de conduta do Itamaraty e age dentro desses limites como está nos seus escritos de outro lado Callado, ele não se calava!
Não é “ciúme”, mas sim, “inveja”… tão elegante o professor na estilística que preferiu disfarçar não saber a palavra adequada para qualificar os colegas que “não admiraram” a obra de Guimarães Rosa.
"é uma novidade na literatura brasileira um livro inteiro" continua sendo...
O extremo da escassez material é o preenchimento espiritual pelos mais humildes das crenças sem necessidade de explicação: Viver é muito perigoso.
Entrevista com Guimarães Rosa
"Muita coisa importante falta nome". Guimarães Rosa. A gente fala, quer definir, mas não esgota...
Exatamente!! 👋👋👋💯
Graciliano Ramos não quis alimentar a oposição.
Era muito religioso.