A Filosofia de Schopenhauer - O Mundo como Vontade e Representação | Prof. Anderson
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- čas přidán 4. 07. 2022
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Schopenhauer - O mundo como Vontade e Representação
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Entre os adversários de Hegel, Schopenhauer foi provavelmente - se excetuarmos Kierkegaard - o mais apaixonadamente envolvido, a ponto de chegar a qualificar o próprio Hegel como um "acadêmico mercenário", e seu pensamento como uma "palhaçada filosófica”.
É a filosofia submissa dos charlatães, para os quais o estipêndio e o ganho são as coisas mais importantes, Schopenhauer opôs a própria "verdade não remunerada", verdade que apresentou em sua obra maior, O mundo como vontade e representação, publicada em 1819 com 33 anos.
Escreve Schopenhauer no início de sua obra maior:
“O mundo é uma representação minha, eis uma verdade válida para todo ser vivo e pensante, ainda que só o homem possa alcançá-la por consciência abstrata e reflexa. Quando o homem adquire essa consciência, o espirito filosófico entrou nele. Então, sabe com clara certeza que não conhece o sol nem a terra, mas somente que tem um olho que vê o sol e uma mão que sente o contato de terra; sabe que o mundo circunstante só existe como representação, isto é, sempre e somente em relação com outro ser, com o ser que o percebe, com ele mesmo”.
Para Schopenhauer, nenhuma verdade é mais certa, mais absoluta e mais flagrante do que essa. Que o mundo seja uma representação nossa, segundo a qual nenhum de nós pode sair de si mesmo para ver as coisas como elas são, de que tudo aquilo de que temos conhecimento certo se encontra dentro da nossa consciência, é a “verdade” da filosofia moderna, de Descartes a Berkeley.
E é uma verdade antiga, como se pode constatar pela filosofia vedanta, segundo a qual a matéria não tem existência independente da percepção mental, e a existência e a perceptibilidade são termos conversíveis entre si.
O mundo é representação. E a representação tem duas metades essenciais, necessárias e inseparáveis, que são o objeto e o sujeito.
O sujeito da representação é “o que tudo conhece, sem ser conhecido por ninguém [...]. O sujeito, portanto, é o sustentáculo do mundo, a condição universal, sempre subentendida, de todo fenômeno e de todo objeto: com efeito, tudo o que existe só existe em função do sujeito”.
O objeto da representação, aquilo que é conhecido, é condicionado pelas formas a priori do espaço e do tempo, por meio das quais se tem a pluralidade, pois toda coisa existe no espaço e no tempo.
O sujeito, ao contrário, está fora do espaço e do tempo, é inteiro e individual em cada ser capaz de representação, razão pela qual “até um só desses seres, juntamente com o objeto, basta para constituir o mundo como representação, tão completo como milhões de seres existentes; ao contrário, o desvanecimento desse único sujeito levaria ao desvanecimento do mundo como representação”.
O sujeito e o objeto, portanto, são inseparáveis, também para o pensamento; cada uma das duas metades “não tem sentido nem existência senão por meio da outra e em função da outra, ou seja, cada uma existe com a outra e com ela se dissipa”.
Segue-se daí que o materialismo está errado por negar o sujeito, reduzindo-o a matéria, e o idealismo - o de Fichte, por exemplo - está errado também porque nega o objeto, reduzindo-o ao sujeito. No entanto, o idealismo, depurado dos absurdos elaborados pelos “filósofos da Universidade” é irrefutável: o mundo é representação minha e “é preciso ser abandonado por todos os deuses para imaginar que o mundo intuitivo, posto fora de nós, tal como preenche o espaço em suas três dimensões, movendo-se no inexorável curso do tempo, regido a cada passo pela indeclinável lei da causalidade, existe fora de nós com absoluta realidade objetiva, sem qualquer concurso de nossa parte; e que, depois, por meio das sensações, entra em nosso cérebro, onde começaria a existir uma segunda vez, assim como existe fora de nós”.
Em suma, Schopenhauer é contrário tanto ao materialismo (que nega o sujeito, reduzindo-o à matéria), como ao realismo (segundo o qual a realidade externa se refletiria naquilo que está em nossa mente). O mundo como nos aparece em sua imediaticidade, e que é considerado como a realidade em si, na verdade é um conjunto de representações condicionadas pelas formas a priori da consciência, que, para Schopenhauer, são o tempo, o espaço e a causalidade.
Curso de História da Filosofia: hotm.art/historiadafilosofia-schopenhauer
O Filósofo favorito!
Pessimista mas nem tanto!
Sou encantado pela filosofia de Schopenhauer, e acho que é difícil, mas não impossível submeter a vontade à razão, aquela não nos é capaz de nos fazer livres da ilusão das representações.
Obrigado, obrigado, obrigado! Schopenhauer foi meu grande companheiro e professor durante os dias mais sombrios da minha vida quando estava no fosso da depressão. Tê-lo comigo nesse período da minha vida foi, de fato, a luz para eu encontrar o caminho de volta a realidade.
Muito obrigado, professor. Uma excelente explicação, direta e compreensível, sem o "academicismo seletivo". Cada dia mais, venho admirando suas aulas e sua vontade de compartilhar o conhecimento nesse período sombrio no qual vivemos.
👏👏👏👏👏👏
Gostei do canal. Esse livro eu não canso de ler. " O mundo como vontade e como representação " , é uma obra prima da filosofia ocidental, por ir mais fundo , traduzindo em parte as Filosofias contidas no oceano das Upanishads. Recomendo.
Cara vc é sensacional.
Poderia falar sobre o José Ortega y Gasset
Pedido anotado! ✍
Excelente aula!
Esse é brabu
Que é isso!!!! Excelente didática. Você faz um trabalho extraordinário. Obrigado por esse conteúdo.
Sensacional!
Muito bom!
Video incrivel! Obrigada pela partilha
que didática perfeita!
Like e obrigado professor.
Muito obrigado! 👍 😊
Show
😊
Parabéns prof vc é muito bom 👏
Obrigado 😉
Excelente aula.
Obrigado 😃
Que video maravilhoso! Parabéns…
Muito obrigado 😊
Mais um vídeo de inestimável valor falando de um filósofo essencial!
😉📚
Ótimo conteúdo
Muito obrigado! 👍😊
Parabéns professor pela excelente explicação
Muito obrigado 👍 😊
Fala sobre cioran ❤
Nossa, que aula!!! finalmente entendi! gratidão prof! conheci hoje seu canal e já me inscrevi!
Que ótimo! 😊 Bons estudos!
Viva o pessimismo!☺😉
Ótima aula, com uma visão geral do pensamento de Schopenhauer, desperta o interesse para conhecer mais obras.
O que não gostei muito, são as transições no vídeo que parecem uma interferência elétrica :)
Obrigado pelo feedback! 😉
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Anderson sei que o freud e jung não são filosofos, mas caberia explanar um pouco de suas ideias sobre a compreensão da mente humana? Dizem que froid inspirou em Schopenhauer para criar o conceito de Id que e pura vontade.
Obrigado pela sugestão. 👏
@@filosofiatotal verdade professor. Fala aí sobre esses dois grandes, psicólogos
Eu tento renunciar alguns prazeres e estou muito longe de ser um religioso
Este professor é muito "porreta".
😅😅 obrigado!
professor, o senhor é de Fortaleza ?
Dá pra estabelecer um paralelo entre o ascetismo de Schopenhauer e o estoicismo?
Sim, Schopenhauer estudou muito os estoicos
Professor, comente Herbert Marcuse.
Obrigado pela sugestão. 😉
Pior que ele tem razão🤣
O que mais me identifico 😅❤
@@samaraoliveira3767 Interessante mulher se identificar com ele, porque mulher em suma, é movida pelo prazer e vontade.
Há um paralelo entre Schopenhauer e S. Paulo "o que eu faço não aprovo, pois o bem que eu quero fazer não faço, mas o mal que não quero esse faço. Acho em mim esta lei, quando quero fazer o bem o pecado está comigo" ( Rm 7, 15.19.21) em relação a vontade cega e irracional no mundo
Reguel, quem é ?
É um dos maiores filósofos da modernidade.
O professor explana os conceitos dele no canal.
A VONTADE na natureza pode ser irracional ( mais ainda não é pq Deus comanda tudo ), mais no ser humano ela não pode ser irracional, pois temos a opção de escolher nossos atos, salvo aqueles em que somos obrigados
Não precisa ser Nietzsche pra perceber q essa filosofia é furada,..soa muito religiosa.
É oque você acha!
E nesse seu achismo, você cai exatamente no que o próprio schopenhauer fala, sobre o mundo, e a coisa em si, principalmente quando ele cita em seu livro "Aforismos para Sabedoria de Vida"
Que tudo que você acha sobre algo, é por influência de outrem, ou que você teve uma experiência negativa.
E isso influência todo seu meio de pensar, soando como crítica tudo que relaciona aquilo que você entende ser (religiosa) sendo que, schopenhauer buscou o CONCEITO, a IDEIA, não a doutrina religiosa, mas sim ele expõem com maestria que o ser humano vive baseado em suas vontades, em suas verdades.
Em outras palavras, na sua própria bolha...
Agora com essa geração, tecnologia, cultura, deste século 21, a tendencia é ter mais pessoas como você, torcendo o nariz para algo sem saber de fato oque é, simplesmente por expor seu sentimento em algo totalmente filosófico, reflexivo, e racional.
Na verdade, ele mostra o quão babaca, e bobo você é sendo guiado pelo imbecil coletivo do positivismo, da carnalidade, da luxuria, e de tudo quanto é prazer, ou satisfação do ego, trazendo a falta de empatia, os bons costumes, a paz, e o equilíbrio, QUE O SER HUMANO PRECISA TER.
Muito bom!