1058 - Como nossos pais - Belchior

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  • čas přidán 1. 12. 2023
  • Terceiro episódio do ciclo de leituras de clássicos da Música Popular Brasileira. "
    Como nossos pais", de Belchior (1946), sem dúvida um dos maiores letristas da música brasileira.
    Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, mais conhecido como Belchior (Sobral, 26 de outubro de 1946 - Santa Cruz do Sul, 30 de abril de 2017), foi um cantor, poeta, compositor, músico, produtor e artista plástico. Um dos membros do chamado Pessoal do Ceará, que incluía Fagner, Ednardo, Amelinha e outros, Belchior foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados da década de 1970. Durante uma entrevista, ao declarar o seu nome completo - Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes -, Belchior acrescentou, em tom de brincadeira, que seria o "maior nome da MPB". Seu álbum Alucinação, de 1976, produzido por Marco Mazzola, é considerado por vários críticos musicais como um dos mais revolucionários da história da MPB, e um dos mais importantes de todos os tempos para a música brasileira. Entre os seus maiores sucessos estão Apenas um Rapaz Latino-Americano, Como Nossos Pais, Mucuripe e Divina Comédia Humana. Nos últimos anos de vida, Belchior supostamente desapareceu por duas vezes, tendo sido afinal encontrado no Uruguai. O cantor faleceu aos 70 anos vitimado pelo rompimento de um aneurisma na aorta, no dia 30 de abril de 2017, na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul.
    COMO NOSSOS PAIS
    Não quero lhe falar, meu grande amor
    Das coisas que aprendi nos discos
    Quero lhe contar como eu vivi
    E tudo o que aconteceu comigo
    Viver é melhor que sonhar
    Eu sei que o amor é uma coisa boa
    Mas também sei que qualquer canto
    É menor do que a vida de qualquer pessoa
    Por isso, cuidado, meu bem
    Há perigo na esquina
    Eles venceram e o sinal está fechado pra nós
    Que somos jovens
    Para abraçar seu irmão
    E beijar sua menina na rua
    É que se fez o seu braço
    O seu lábio e a sua voz
    Você me pergunta pela minha paixão
    Digo que estou encantada como uma nova invenção
    Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
    Pois vejo vir vindo no vento cheiro de nova estação
    Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
    Já faz tempo, eu vi você na rua
    Cabelo ao vento, gente jovem reunida
    Na parede da memória
    Essa lembrança é o quadro que dói mais
    Minha dor é perceber
    Que apesar de termos feito tudo o que fizemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Como os nossos pais
    Nossos ídolos ainda são os mesmos
    E as aparências não enganam, não
    Você diz que depois deles
    Não apareceu mais ninguém
    Você pode até dizer que eu tô por fora
    Ou então que eu tô inventando
    Mas é você que ama o passado e que não vê
    É você que ama o passado e que não vê
    Que o novo sempre vem
    Hoje eu sei que quem me deu a ideia
    De uma nova consciência e juventude
    Tá em casa guardado por Deus
    Contando o vil metal
    Minha dor é perceber
    Que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
    Nós ainda somos os mesmos e vivemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Ainda somos os mesmos e vivemos
    Como os nossos pais.
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