Trafaria: pescadores acusam polícia marítima

Os pescadores da Trafaria que esta madrugada foram alvo de uma operação de fiscalização no Tejo afirmaram esta quinta-feira que a polícia marítima respondeu à sua interpelação com tiros para o ar e de armas apontadas.
«Queríamos apenas conversar, era isso que estávamos a pedir-lhes. E eles aos tiros para o ar e depois com as armas apontadas para nós», afirma Pedro Gomes, dono de um dos barcos que as autoridades queriam apreender.
As autoridades chegaram perto dos pescadores por volta das três da manhã. «Eram três barcos da polícia, cada um com quatro ou cinco homens, e uns quarenta pescadores», diz.
«Tentámos convencê-los a não apreenderem os barcos porque estávamos desesperados, vivemos daquilo», continua Pedro Gomes.
«Os barcos que eles levam chegam a ficar um ano apreendidos. Se passassem só a multa, a gente com o barco ganhava o dinheiro para pagá-la, por muito que custasse», acrescenta.
«Não nos deixa trabalhar»
No final, os pescadores conseguiram que apenas um barco fosse apreendido, mas nenhuma das embarcações que saíram para o Tejo na madrugada de hoje, entre oito e nove, vai deixar de pagar multa, ou por não têm licença para pescar em águas interiores, ou por estarem no mar à noite.
«A polícia marítima não nos deixa trabalhar», afirma Mário Duarte, também pescador na Trafaria. «Perseguem-nos», acrescenta.
Para Lídio Galinho, presidente da delegação do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul na Costa de Caparica, «que aconteceu hoje vai acontecer sempre». «Temos 30 embarcações licenciadas para a pesca em águas interiores e 27 que só têm licença para pescar em água oceânicas. No entanto, pescam em águas interiores por questões de sobrevivência. Só aqui é que há amêijoa», afirma.
A licença, garante, é muito difícil de obter: «a Direcção-Geral das pescas não quer licenciar mais embarcações para a pesca de águas interiores para não aumentar o esforço de pesca».

[@nunofernandes1079]

Isso é mentira se fizeram isso foi por algum motivo

[@RickyXV]

Pescar em águas portuguesas? Só se forem espanhois!