audiolivro - PAUL SWEEZY - TEORIA DO DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA (17)

Sdílet
Vložit
  • čas přidán 5. 09. 2024
  • Capítulo XVI: Economia Mundial
    1. Considerações Gerais
    O sistema capitalista nunca foi fechado; as suposições sobre tal sistema servem para analisar certos aspectos da realidade. No mundo real, as nações coexistem e interagem economicamente, formando uma economia mundial integrada. As relações econômicas internacionais são baseadas na troca de mercadorias, refletindo uma divisão internacional do trabalho condicionada por fatores naturais e históricos.
    A troca internacional envolve diferenças nas fases de desenvolvimento dos países. A economia mundial não é regulada por um plano coordenado, mas sim desenvolve-se de forma desigual. Com o avanço do capitalismo, além da troca de mercadorias, ocorrem movimentos de capital. Capitalistas de um país investem em outro, e a mais-valia gerada é parcialmente repatriada.
    No comércio internacional, mercadorias trocadas entre países não precisam conter quantidades iguais de trabalho, desafiando a aplicação estrita da lei do valor. A mobilidade do trabalho e do capital é limitada internacionalmente, afetando a taxa de mais-valia e de lucro entre os países.
    2. Política Econômica no Período de Concorrência
    Durante as primeiras sete décadas do século XIX, a política econômica internacional variava entre o comércio livre e a proteção limitada. A Inglaterra, com sua indústria avançada, adotou o comércio livre para beneficiar o capital industrial, reduzindo os custos dos salários. Nos Estados Unidos, a proteção foi necessária para desenvolver suas indústrias nascente, enquanto a agricultura exportadora do sul defendia o comércio livre.
    A vitória do comércio livre na Inglaterra e da proteção nos EUA refletiu a fase de desenvolvimento e a posição econômica de cada país. A política colonial do século XIX, diferindo do mercantilismo agressivo anterior, foi influenciada pelo domínio industrial inglês, levando a uma liberalização das relações com as colônias.
    A exportação de capital não era um problema significativo no período de concorrência, com exceção da Inglaterra. O capital inglês fluiu principalmente para as Américas, especialmente os Estados Unidos, integrando-se com a acumulação local e evitando a necessidade de uma política econômica agressiva.
    3. Transformação da Política Econômica
    No final do século XIX, três fatores transformaram a política econômica mundial: a ascensão da Alemanha e dos EUA como potências industriais, o surgimento do capitalismo monopolista e as contradições no processo de acumulação nos países avançados.
    O capitalismo monopolista alterou o protecionismo, que passou a beneficiar indústrias poderosas, excluindo concorrentes estrangeiros e incentivando o "dumping" para conquistar mercados externos. Isso levou à formação de cartéis internacionais, mas não eliminou os conflitos de interesses entre monopólios nacionais.
    O monopólio também estimulou a exportação de capital e a anexação territorial, visando fontes de matéria-prima e mercados protegidos. A competição pela supremacia industrial e a necessidade de proteger posições econômicas levaram à renovada atividade colonial, resultando na divisão da África e em novas anexações pelos EUA e outras potências.
    A exportação de capital agravou as contradições econômicas nas áreas atrasadas, criando crises agrárias e movimentos nacionais de libertação. Isso exigiu uma política colonial mais agressiva para proteger os interesses do capital exportado.
    Conclusão
    A transformação da política econômica no final do século XIX levou ao imperialismo, caracterizado pela proteção ilimitada, rivalidade entre monopólios nacionais e uma renovada política colonial. Esses desenvolvimentos tiveram profundos impactos econômicos e políticos, que serão examinados detalhadamente no próximo capítulo sobre imperialismo.

Komentáře •