audiolivro - PAUL SWEEZY - TEORIA DO DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA (10)

Sdílet
Vložit
  • čas přidán 5. 09. 2024
  • Capítulo IX: Crises Ligadas à Tendência Decrescente da Taxa de Lucro
    Introdução às Crises e à Tendência Decrescente da Taxa de Lucro
    Marx argumenta que a taxa de lucro tende a diminuir no capitalismo porque a composição orgânica do capital (a relação entre capital constante e capital variável) aumenta mais rapidamente do que a taxa de mais-valia. Essa queda na taxa de lucro pode ser uma base para explicar as crises econômicas.
    A Lei da Tendência Decrescente da Taxa de Lucro
    Marx observou que a tendência decrescente da taxa de lucro promove superprodução, especulação e crises, e também cria um excesso de capital e população. Ele acreditava que o desenvolvimento da capacidade produtiva do trabalho, ao reduzir a taxa de lucro, tornava as crises periódicas inevitáveis. No entanto, Marx reconheceu outras causas para a queda dos lucros, como o aumento dos salários e a incapacidade de vender mercadorias pelo seu valor total (problema de realização).
    A Acumulação de Capital e as Crises
    Marx argumenta que a acumulação de capital causa flutuações na taxa de lucro, o que pode levar a crises. Quando a acumulação de capital demanda mais trabalho, os salários aumentam e a mais-valia diminui. Isso resulta em uma queda na taxa de lucro, levando a uma contração da atividade de investimento e precipitando uma crise.
    Recrutamento do Exército de Reserva
    A crise desempenha um papel crucial na formação e manutenção do exército industrial de reserva (trabalhadores desempregados ou subempregados). A acumulação de capital frequentemente esgota a reserva de trabalho disponível, aumentando os salários e reduzindo os lucros. Esse aumento nos salários eventualmente leva a uma crise que restaura a reserva de trabalho ao criar desemprego.
    Críticas às Teorias de Subconsumo
    Marx criticou as teorias de subconsumo que sugeriam que as crises são causadas pela falta de consumidores solventes. Ele argumentou que as crises são precedidas por períodos de aumento de salários, durante os quais a classe trabalhadora recebe uma parte maior do produto anual. A crise ocorre não por causa do subconsumo, mas devido às condições inerentes ao capitalismo que permitem apenas uma prosperidade temporária para os trabalhadores.
    O Processo de Crise e Depressão
    Marx descreveu como a crise e a depressão restabelecem o equilíbrio no capitalismo. A crise destrói parte do capital e reduz os valores dos capitais restantes. Isso, por sua vez, aumenta o exército de reserva e reduz os salários, restaurando a taxa de lucro e preparando o terreno para uma nova fase de acumulação de capital.
    Ciclo Econômico e Capitalismo
    Marx via o ciclo econômico como uma forma específica de desenvolvimento capitalista, com a crise sendo uma fase do ciclo. A cadeia de causas começa com a taxa de acumulação, passa pelo volume de emprego e nível de salários, e termina na taxa de lucro. Uma queda na taxa de lucro abaixo do normal impede a acumulação e precipita uma crise, que eventualmente restaura as condições para uma nova fase de acumulação.
    Comparação com Teorias Modernas do Ciclo Econômico
    A análise de Marx do ciclo econômico é, em muitos aspectos, compatível com as teorias modernas. As flutuações na taxa de investimento, a escassez de trabalho e os "desajustes" entre salários e preços de venda são elementos comuns nas teorias do ciclo econômico. No entanto, a teoria de Marx difere ao ver o ciclo econômico como uma ameaça à permanência do capitalismo, enquanto as teorias modernas tendem a ver as crises como forças restauradoras necessárias.
    Conclusão
    Marx via a crise econômica não apenas como um evento negativo, mas como uma fase necessária do ciclo econômico capitalista que restaura as condições para a acumulação de capital. Sua teoria oferece uma visão abrangente do papel das crises no desenvolvimento capitalista, destacando a interdependência entre acumulação de capital, emprego, salários e lucros.

Komentáře •