O R4CISMO DO DONO DO ESTADÃO, IDEALIZADOR DA USP

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  • čas přidán 16. 07. 2024
  • Por que o Estadão é contra as cotas raciais? 🤔
    No último sábado, o jornal O Estado de São Paulo, boca da elite paulista, publicou uma coluna de um ex-professor da USP atacando as cotas étnico-raciais (única política pública que, até o momento, conseguiu colocar pessoas negras nas universidades brasileiras, além de ser a primeira política do Estado brasileiro voltada para a reparação dos 400 anos de escravização de africanos, afro-brasileiros e indígenas).
    Mas não é de se surpreender que o Estadão seja contra as cotas étnico-raciais quando olhamos para a história e vemos que o principal dono desse jornal, Júlio de Mesquita Filho, publicou editoriais e livros racistas ao longo de toda a sua vida. Ele levou até o túmulo, no final dos anos 1960, as ideias ultrapassadas do racismo pseudocientífico de que negros eram primitivos e atrapalhavam o desenvolvimento do Brasil.
    Entre os anos 20 e 30, defendeu essas ideias ao mesmo tempo em que ajudava a fundar a USP junto com seu cunhado, o governador Armando de Salles Oliveira. A renomada Universidade de São Paulo, que esse ano comemorou 90 anos homenageando Mesquita Filho, carrega o posto vergonhoso de última universidade pública do Brasil a implementar cotas no seu vestibular.
    Com polêmicas recentes envolvendo candidatos autodeclarados pardos que foram barrados pela recém criada Banca de Heteroidentificação da USP, mídias burguesas como o Estadão e a Folha de São Paulo se aproveitaram para centrar fogo nas políticas de ações afirmativas que têm colocado filhos de faxineira, como eu, nas universidades historicamente restritas aos filhos das elites.
    Que o vestibular deixe de existir e que todas as pessoas possam acessar livremente o Ensino Superior. Enquanto isso não for realidade, que as políticas de cotas sejam mantidas e ampliadas, assim como as bancas de heteroclassificação ou heteroidentificação, necessárias pra combater as fraudes.
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    ✍🏽 Referências bibliográficas
    📚 Livros/ensaios:
    • Júlio de Mesquita Filho. “Nordeste”. São Paulo: Anhambi, 1963.
    • Júlio de Mesquita Filho. “A crise nacional: reflexões em torno de uma data”. Secção de obras d'O Estado de São Paulo, 1925.
    • Júlio de Mesquita Filho. “Escritos avulsos, datilografados e rabiscados pelo autor”. Fonte cedida por Ruy Mesquita Filho do seu arquivo particular.
    • Roberto Salone. “Irredutivelmente liberal: política e cultura na trajetória de Júlio de Mesquita Filho”. Editora Terceiro Nome, 2019.
    • Sueli Carneiro. “Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não ser como fundamento do ser”. Editora Zahar, 2023.
    📝 Artigos:
    • “Júlio de Mesquita Filho e a ‘crise nacional’: conflitos é contradições em uma trajetória intelectual”, de Francisco Adriano Leal Macêdo, da Universidade Federal do Piauí; 2019.
    🗞️ Matérias:
    • Jornal da USP: “Fundação da USP foi parte do processo brasileiro de construção social da raça nos anos 1930”; 2023.
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