Diálogos da Alma parte 32

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  • čas přidán 7. 09. 2024
  • “Impassivelmente e com passos calmos e seguros, pareces aproximar-te, minh’alma.”
    32º texto de “Os Livros Negros”, datado de 23 de jan. de 1914. Sexta-feira.
    Os analistas junguianos Maria Conceição Longatto e Sílvio Lopes Peres (IPAC/IPABAHIA/AJB/IAAP), convidam a acompanhar o Projeto “Diálogos com a Alma”.
    “Escute” as imagens que estão na profundeza de sua alma!
    Notas:
    “Impassivelmente e com passos calmos e seguros, pareces aproximar-te, minh’alma.” - C. G. Jung. Os Livros Negros, 1913-1932: Cadernos de transformação. Vol. 4. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020, p. 222.
    Notas:
    “A alma lhe entrega a vara-serpente mágica e lhe ensina que a magia exige o sacrifício do consolo, do consolo que se dá e do que se recebe.
    [...] a magia, contra o que “eu” crê, exige um sacrifício, o sacrifício do consolo [...]
    A imagem 127, que Jung terminou em 9 de fevereiro de 1921 - que consiste num círculo dividido por uma cruz em quatro partes, preenchidas, respectivamente, por um faquir, um homem sacrificado, uma árvore cortada e um touro sacrificado - é a roda das funções e representa o sacrifício que exige a integração. A relação amorosa é a que melhor expressa esse sacrifício exigido, daí a inscrição “Amor triunphat”.
    Ao “eu” custa crer que valha a pena perder essa parte de humanidade que se reflete no conselho, em troca da magia. É também consumido por preconceitos racionalistas, mas a alma lhe insinua que, no fundo, ele crê na magia. Contudo, para fazê-lo ele deve superar a ciência em prol da magia, o que lhe soa como sinistro e ameaçador. O “eu” aceita a vara negra, porque é a primeira coisa que a escuridão lhe deu. Por isso, diz que quer recebê-la de joelhos, embora sinta o frio e o peso que sua forma simboliza, e toda a escuridão que contém, que é a de mundos anteriores e futuros, mas também é a totalidade da “força misteriosa da criação”.
    Finalmente, o “eu” abriga a vara negra em seu coração; ali se instala sua tensão resistente como o aço e fria como a morte. Mas a alma lhe adverte que não se impaciente, pois o “eu” sente que algo deve quebrantar essa tensão insuportável que a vara lhe trouxe, que deve inclinar-se ante poderes desconhecidos e assim consagrar um altar a todo Deus desconhecido. A vara, seu aço negro, lhe dá uma força misteriosa, talvez inumana.
    Trata-se de suportar os enigmas e a escuridão dos abismos sobre os quais há pontes. Mas a missão é proteger os enigmas, se engravidar deles, e assim se carrega o futuro. Parece que assim o futuro se faz presente, como uma tensão insuportável, pois algo muito grande deve irromper em algo muito pequeno.
    E não é possível buscar ajuda, nem consolo. Pois esse caminho é próprio e ninguém virá em socorro.
    O poder do caminho é grande, e talvez seja essa sua natureza mágica, pois no caminho se unem as forças do Baixo e do Alto. A magia primeiramente opera em si mesma, mas só se transfere aos outros quando o “eu” não resiste a ela. Cabe perguntar-se, qual é a matéria que se trabalha na magia? Mais adiante o texto esclarece que foi preciso desenterrar as velhas runas, pois as palavras se tornaram sombras. A matéria parece ser a raiz de todos os pensamentos e dos atos humanos, em suma, da psique” - NANTE, B. O Livro Vermelho: Chaves para a compreensão de uma obra inexplicável. Petrópolis: Vozes - Rio de Janeiro e Editora El Hilo de Ariadna - Argentina, 2018, p. 408-409.
    Música: 6 Gnossiennes: No. 1, Lent, Erik Satie.
    Imagem:
    O Livro Vermelho. Edição ilustrada. Petrópolis: Vozes, 2010, p. 127.
    Maria Conceição Longatto: psicóloga e analista junguiana do Instituto de Psicologia Analítica de Campinas, IPAC. Conceição reside e atende em consultório em Piracicaba, SP.
    Sílvio Lopes Peres: psicólogo e analista junguiano do Instituto de Psicologia Analítica da Bahia, IPABAHIA. Sílvio reside e atende em consultório em Marília, SP.
    Edição: ‪@Djeba101‬

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