Entrevista ao Campino António Vardasca Júnior

António Vardasca Júnir, 89 anos, natural de Vale de Figueira, trabalha com o gado bravo desde os 11 anos. Aos 26 anos tornou-se campino, sempre na Casa Infante, na Quinta de Alpompé, seguindo as pisadas do seu pai, "moiral" da tralhoada dos Infantes.
Reformado actualmente, contou ao Correio do Ribatejo a sua história e falou da sua vida enquanto campino, por ocasião da homenagem que lhe foi prestada pelo Centro de Bem Estar Social de Vale de Figueira, no âmbito da 23ª edição da sua Feira do Arroz Doce, a 07 de Julho de 2018.

[@bairrofernandes]

Grandes campinos que apareceram em Vale de Figueira. Lembra-me bem, nas competições de cavalos na Feira do Ribatejo, quase sempre traziam prémios bons. Este campino fazia parte da Quinta onde foi feito o filme, realizado por Henrique Campos, no ano de 1972, cujo título é "Os Touros de Mary Fooster". Outro pormenor é que esta Quinta recebeu um jovem de nacionalidade Austriaca que ficou orfão, de quando uma guerra que houve no seu país e onde os pais faleceram. Houve muita gente que ficaram sem familiares e Portugal recebeu muitos dessas vitimas. Esse jovem teve uma educação decente e acabou por conseguir o curso de Regentes Agrícolas em Santarém. Mais tarde, conseguiu a alternativa de Toureiro e começou a fazer a sua carreira profissional como "Toureiro GUSTAVE ZENKEL".
A minha catequista foi a D. Maria do Carmo Infante da Câmara, filha de José Infante da Câmara que por sua vez tem mais 9 irmãos, 4 irmãs e 5 irmãos.
Sai de Vale de Figueira quando tinha 24 anos e agora com 67 anos continuo a lembrar-me com muitas saudades de tudo o que deixei nesta linda terra.