Paul Preciado • A coragem de enfrentar 3.500 psicanalistas

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  • čas přidán 12. 09. 2024
  • 1. Quem é Paul Preciado?
    Filósofo espanhol
    Nascido em 1970
    Especialista no debate sobre gênero
    Muito original e exímio escritor
    2. Inovação da escrita filosófica
    Escrita acadêmica com registro pessoal
    Conhece bem G. Deleuze e M. Foucault, mas vai além deles
    Texto com alternância entre o argumento filosófico e o testemunho pessoal
    3. Ousar falar diante de uma enorme plateia
    “Em 17 de novembro de 2019, fui convidado a falar perante 3.500 psicanalistas reunidos para a conferência dos estudos internacionais da Escola da Causa Freudiana em Paris.” (p. 13).
    “Eu sou o monstro que fala com vocês. O monstro que vocês mesmos construíram com seus discursos e suas práticas clínicas.” (p. 66).
    4. Aprender diversas linguagens
    “Eu, como corpo trans, como corpo de gênero não-binário, ao qual nem a medicina, nem o direito, nem a psicanálise reconhecem o direito de falar, nem a possibilidade de produzir discurso ou uma forma de conhecimento sobre si, eu mesmo aprendi, como o macaco Pedro, o Vermelho, a língua do patriarcado colonial, aprendi a falar sua linguagem, a linguagem de Freud e Lacan, e estou aqui para me dirigir a você.” (p. 68).
    “Percorri o labirinto das instituições que em nossa sociedade administram a verdade de gênero e sexualidade e, em seus meandros, consumiu muitos instrutores. Andei por muitas universidades, aprendi a linguagem dos filósofos, psicanalistas e sociólogos, médicos e historiadores, arquitetos e biólogos.” (p. 185).
    5. Desconstrução muito além do imaginado
    “Falo a vocês hoje da jaula escolhida e redesenhada do ‘homem trans’, ou, para ser mais exato, do ’corpo vivo de gênero não-binário’, uma jaula política que é, em todo caso, melhor que a dos ‘homens’ e a das ‘mulheres’ porque pelo menos reconhece o seu estatuto de jaula.” (p. 82).
    “Fazer uma transição de gênero é estabelecer uma comunicação transversal com o hormônio, até apagar ou, melhor ainda, eclipsar o que vocês chamam de fenótipo feminino e permitir que outra genealogia desperte. Esse despertar é uma revolução. É um elevador molecular. Um assalto ao poder do eu heteropatriarcal, da identidade e do nome próprio. É um processo de descolonização.” (p. 290).

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