Meu Rancho - Noel Guarany

Sdílet
Vložit
  • čas přidán 28. 04. 2019
  • Destino Missioneiro - Ao Vivo - 2003
    "É a sina dos tapejaras Essa de beber mensagens Que o vento traz nas aragens"
    Letra / Música: Jayme Caetano Braum / Noel Guarany
    Ritmo: Milonga
    Curta a página: / ocanaldoroos
    É a sina dos tapejaras
    Essa de beber mensagens
    Que o vento traz nas aragens
    Do fundo da noites claras
    Bordoneando nas taquaras
    Ou pelas frinchas da porta
    Porque reanima e conforta
    O velho sangue guerreiro
    E se eu nasci missioneiro
    O demais pouco me importa.
    Nasci no meio do campo
    Na costa do banhadal
    Dentro dum rancho barreado
    De chão duro e desigual
    Meu berço foi um pelêgo
    Sobre um couro de bagual.
    Bebi leite na mangueira
    Numa guampa remachada
    E acavalo num tição
    Me aquentei de madrugada
    Enquanto o vento assobiava
    Nos campos brancos de geada.
    Brinquei com gado de osso
    Na sombra do velho umbu
    E assim volteando um amargo
    E o churrasco meio cru
    Fui crescendo e me orgulhando
    De ter nascido um chirú.
    Depois de andar gauderiando
    Por muita querência estranha
    Hoje vivo no meu rancho
    Na humildade da campanha
    Junto a chinoca querida
    E um cusco que me acompanha.
    É meu vizinho de porta
    Um casal de quero-quero
    Por isso embora índio pobre
    Bem rico me considero.
    Tendo china, pingo e cusco
    No mundo nada mais quero.
    Na estaca em frente do rancho
    Dorme o pingo, meu amigo
    Companheiro que eu adoro,
    Prenda guasca que bendigo
    Pois alegrias e penas
    Sempre reparte comigo.
    E quando de noite, a lua
    Vem destapando meu rancho
    Agarro na gaita velha
    Que guardo erguida no rancho
    E dando rédeas ao peito
    Num vanerão me desmancho.
    E ali pela solidão
    Onde meu canto escramuça
    Parece que a noite velha
    Cheia de mágoas soluça
    E a própria lua pampeana
    No santa fé se debruça.
    E meu verso é como o vento
    Que vai dobrando as flexilhas
    E floreia compadresco
    O hino destas coxilhas
    Entre os buracos de bala
    Do pavilhão farroupilha.
    É mesmo que bombeador
    Dos piquetes de vanguarda
    Que vem abrindo caminho
    Pelas tropas da retaguarda.
    Enquanto a cordeona chora
    Meu cusco fica de guarda.
    Mas pra deixar o sossego
    Do meu rancho macanudo
    Basta só a voz de um clarim
    Com china e cusco me mudo
    Pra defesa do rio grande
    Que adoro acima de tudo.

Komentáře • 4