Medicamentos psiquiátricos: riscos, benefícios e efeitos colaterais | Podcast ABRATA #04

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  • čas přidán 8. 09. 2024
  • Medicamentos psiquiátricos: riscos, benefícios, tempo de uso e efeitos colaterais
    Podcast ABRATA Inspirando pessoas - Episódio 04
    Participação dos membros do conselho científico da ABRATA
    Aline Valente - Médica Psiquiatra (CRM-SP 92077 RQE 57896)
    Fernando Fernandes (Médico psiquiatra - CRM-SP 113119 RQE 107431)
    Rodrigo Delfino (Médico psiquiatra -CRM-SP 178856 RQE 79921)
    #bipolar #depresão #tratamento

Komentáře • 26

  • @fernandagripa7396
    @fernandagripa7396 Před rokem +7

    Faço acompanhamento pelo SUS há mais de 3 anos. O tratamento se torna mais lento por conta do maior espaçamento entre as consultas. Cheguei ao CAPS em risco grave de suicídio, tenho TAB e ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático. Passei ainda por uma gestação, puerpério e ainda amamento meu filho de 2 anos. Avancei muitíssimo no tratamento, superei um comportamento com tendência suicida que já existia há cerca de 10 anos. Superei a ansiedade diária. A frequência das crises diminuiu muito e a intensidade também. O efeito colateral da quetiapina e do citalopram me deram boas noites de sono. A terapia se desenvolveu de maneira bastante consistente também nesse período. Como é serviço público, a médica que me acompanhou por mais de dois anos deixou o serviço e passei meses precisando de um ajuste, de um avanço para uma próxima etapa do tratamento, para estabilizar de fato meu humor. Eu comecei tomando lítio e quando engravidei passei a quetiapina 25mg e depois 50mg; citalopram 40mg; primeiro levomepromazina que depois foi substituída por clorpromazina de 5 a 15 gotas, apenas nas crises. Quando troquei de médico ele adicionou a lamotrigina, que me causou alergia. Com a interrupção abrupta da medicação vieram sintomas muito mais fortes que os habituais. Passei erroneamente com outro médico depois disso que me receitou o valproato, 250mg pra ser aumentado para 500mg em uma semana. Retornei com o primeiro médico em cerca de 20 dias. Mencionei que não tinha sentido o efeito da medicação, porque AINDA não tinha sentido o efeito da medicação, óbvio, já que eram só duas semanas naquela dosagem e sendo uma medicação nova. Aí veio o meu pesadelo. O médico simplesmente dobrou novamente a dosagem, 750mg por uma semana e 1000mg depois disso do valproato e adicionou ainda a bupropiona por conta dos sintomas depressivos fortes (que estavam fortes como efeito colateral da interrupção da lamotrigina. Isso tudo aconteceu em 3 consultas em torno de 2 meses. Achei absurdo que em torno de 2 ou meses eu passei por 3 novas medicações, uma delas com dosagem quadruplicada, sem contar que pelo que pesquisei a bupropiona aumenta a concentração do citalopram. Nenhum aspecto da minha vida foi considerado na inserção das novas medicações, como o fato de eu ter um filho de 2 anos pra cuidar sozinha. O resultado de tanta irresponsabilidade e falta de escuta foi que eu fiquei realmente dopada. Quando cheguei a dosagem máxima do valproato eu não conseguia fazer nada. Precisei de ajuda pra cuidar do meu filho e a alteração de consciência foi tanta que em alguns períodos em sequer conseguia falar algo compreensível. Eu sequer consegui buscar um atendimento de urgência porque eu estava de fato dopada. A coordenação do CAPS que me atende quer me negar até o direito de expressar como me senti, segundo ela não posso dizer que me senti dopada, "não é correto", como se eu não tivesse capacidade de entender que medicações têm efeitos colaterais. Quer me obrigar a retornar com o mesmo médico, em quem obviamente eu não consigo confiar. Sequer analisou meu prontuário onde fica muito claro que eu faço tratamento há muito tempo, passei por muitos efeitos colaterais e nunca reclamei de estar dopada. Inclusive a princípio confiei no médico e tomei toda a medicação que ele me receitou, por eu mesma saber que o tratamento precisa evoluir, que o fato de eu me afastar da gravidez e estar amamentando um bebê já bem grande também altera bastante as condições de tratamento, etc. Enfim, estou relatando toda a situação como um contexto, caso vocês queiram tocar em um tema espinhoso que pode ser muito importante para pacientes e familiares: a importância da escuta, do trabalho interdisciplinar, da avaliação do contexto de vida do paciente e não apenas a prescrição baseada quase que exclusivamente em listas sintomas. Não sei se já tem vídeos nesse canal sobre isso. Mas sei que é um tema muito, muito importante. Todas as áreas da saúde carecem ainda de humanização, mas algumas mais ainda porque tratam de pessoas mais vulneráveis socialmente falando. Eu me sinto o tempo todo, pela maior parte dos profissionais da saúde, tratada como uma incapaz. Acredito que a temática é importante.

    • @italocamargo7037
      @italocamargo7037 Před rokem +1

      Sua colocação é importantíssima, parabéns!

    • @adrianar7602
      @adrianar7602 Před rokem

      Muito dificil tudo o que vc passou. Também tive muito problema c o diagnóstico do meu filho. O valproato deu certo para ele. Mas foi muita luta até chegar a ele. Tem um médico dr Renato Silva que tem muitos videos e é muito bom para ouvir também. Vc precisa se sentir bem. Muita força para vc ❤

    • @karinasoares5517
      @karinasoares5517 Před 11 měsíci

      O tratamento realmente não é fácil e dificilmente os resultados são rápidos. Tenho a graça (não chamo de sorte) de ter um psiquiatra maravilhoso. Ele me escuta, me compreende, me orienta e valoriza mesmo o menor esforço que faço. Também faço psicoterapia. Sem todo esse cuidado que recebo e sem minha família eu certamente não estaria mais aqui. Peço a Deus que te guie nessa jornada e te dê força e fé, sempre!

    • @alexandrapenassi8812
      @alexandrapenassi8812 Před 11 měsíci

      Infelizmente vivemos essa realidade tão drástica. Desesperador

  • @alexandrapenassi8812
    @alexandrapenassi8812 Před 11 měsíci +1

    Excelente apresentação.

  • @marciocostarodrigues2072

    Gostaria de sugerir um tema, sobre os tipos de psicoterapia, pois fiz psicanálise sem acompanhamento psiquiatrico. Fui por estar em depressão, achei q tinha melhorado e na verdade hoje eu sei que entrei em fase maníaca, mas a psicanalista me dava "força" na minha razão nos conflitos que eu estabelecia. Por conta disso, perdi trabalhos e fiz vultosas dívidas. Só depois de muito tempo, uns 20 anos, fui encaminhado a um psiquiatra por outra psicóloga e tive o diagnóstico. Porém, me caso estava muito agravado e tive muita resistência em aceitar o diagnóstico e o tratamento. Só após muito tempo e uma internação involuntária, aderi ao tratamento medicamentoso e fiz a terapia recomendada para o caso, q é a comportamental cognitiva. Hoje estou estabilizado e a terapia tem me ajudado muito. Mas isto levou uns 30 anps desde q pela 1a vez me indocaram uma psicanalista para o meu caso.

  • @tunicoebreninho3906
    @tunicoebreninho3906 Před rokem +4

    Fiz tratamento com quetiapina e ela me causou pânico. Foram sendo acrescentadas mais e mais medicamentos e fui piorando. Troquei de psiquiatra e ele me médico com três medicamentos e em 10 dias eu já estava bem. Acho que a interação medicamentosa e a palavra do paciente devem ser levada sem conta.

  • @luciaprimitz6534
    @luciaprimitz6534 Před rokem

    Assunto muito bem esclarecido! Minha filha foi diagnosticada á 8 anos com a Sindome do Transtorno bipolar. Sofreu muito, foi internada, tentou suicidio, tudo no periodo de 1 ano. Apartir do momento q tivemos o auxilio de um psiquiatra bem experiente as medicações são as mesmas, 2 carbolitio, 1 quetiapina e 2 lamotriguina, pela manhã e a noite. Hj só toma pela manhã. Volta ao psiquiatra á cd 4 meses. Ela esta ótima, trabalha, viaja sozinha á trabalho, se diverte e nesse período casou. O importante é a adesão ao tratamento e o apoio familiar.

  • @mariaisabelpellegatti8770

    O profissional deve estar atento as medicações!! Principalmente quando o paciente segue o tratamento à risca, mas, mesmo assim, não esta estabilizado, não esta conseguindo seguir com seus compromissos, devido aos excessos de efeitos colaterais. Há médicos que a cada queixa, introduz novo medicamento, só acrescentando, chegando ao ponto de confundir os supostos efeitos positivos e negativos das medicações!! Mesmo depois de mais de um ano de tratamento com o mesmo profissional!!!

  • @karinasoares5517
    @karinasoares5517 Před rokem

    Parabéns pelo vídeo.

  • @ademarjosemartins8049

    Fiquei 4 meses tratando com aline, ele nao fez o que falava nessa entrevista, so me deu monoterapia de quetiapina mesmo não estando bem

  • @italocamargo7037
    @italocamargo7037 Před rokem +1

    Quanto tempo devemos esperar até que chegue nessa estabilidade? Qual o prazo pra trocarmos o protocolo medicamento, caso não esteja encontrando a melhora?

  • @Angel-ho6hi
    @Angel-ho6hi Před rokem

    Alguém sabe me dizer que alguém estabilizado no TAB tomando lítio, divalproato, lamotrigona, bup e desve pode tomar Venvanse para TDHA?

  • @marciocostarodrigues2072

    Achei muito esclarecedor a questão das classes de medicamentos. Por exemplo utilizo olanzapina como estabilizador de humor, mas a classificação dela é de antipsicótico atípico. Quanto ao efeito colateral, ele pode ser benéfico, a olanzapina mé dá sono eu eu tenho sério problema de insonia. Então eu tomo ao dormir e resolveu meu problema de insonia. Minha depressão estava muito resiliente e no caso tenho q usar 2 antidepressivos + olanzapina

  • @adynafernandes6863
    @adynafernandes6863 Před 11 měsíci

    Faço tratamento para TAB há mais de dez anos com a mesma médica. Com o tempo descobriu que temho TOC. Sempre ouvia ou lia que o tratamento do TAB era de uns dois anos, mas após uma década, tomo 6 substâncias e ainda comtinuo na Terapia. É normal tomar tamta medicação?

  • @MATIASRAPHAELA
    @MATIASRAPHAELA Před rokem +1

    A Lamotrigina aumenta o apetite?

  • @marcoantonioleke7809
    @marcoantonioleke7809 Před rokem

    O problema que o diagnóstico é muito difícil é tem muita comorbidade

  • @renatateixeira113
    @renatateixeira113 Před rokem

    Quetiapina me fez engordar 15 kilos em 01 ano :(

  • @fernandorskonieski2488

    Tomar anticonvulsivante pode aumentar o risco de convulsão ao longo do tempo?

  • @karinasoares5517
    @karinasoares5517 Před rokem

    É verdade que um tratamento abandonado pelo paciente dá muito mais trabalho para estabilizar qdo é necessário retomar?

    • @marajenny6221
      @marajenny6221 Před 11 měsíci +1

      Sim...e bem complicado...pois a cada recaída as sequelas podem se tornar permanentes