Medicamentos psiquiátricos: riscos, benefícios e efeitos colaterais | Podcast ABRATA #04
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- čas přidán 8. 09. 2024
- Medicamentos psiquiátricos: riscos, benefícios, tempo de uso e efeitos colaterais
Podcast ABRATA Inspirando pessoas - Episódio 04
Participação dos membros do conselho científico da ABRATA
Aline Valente - Médica Psiquiatra (CRM-SP 92077 RQE 57896)
Fernando Fernandes (Médico psiquiatra - CRM-SP 113119 RQE 107431)
Rodrigo Delfino (Médico psiquiatra -CRM-SP 178856 RQE 79921)
#bipolar #depresão #tratamento
Faço acompanhamento pelo SUS há mais de 3 anos. O tratamento se torna mais lento por conta do maior espaçamento entre as consultas. Cheguei ao CAPS em risco grave de suicídio, tenho TAB e ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático. Passei ainda por uma gestação, puerpério e ainda amamento meu filho de 2 anos. Avancei muitíssimo no tratamento, superei um comportamento com tendência suicida que já existia há cerca de 10 anos. Superei a ansiedade diária. A frequência das crises diminuiu muito e a intensidade também. O efeito colateral da quetiapina e do citalopram me deram boas noites de sono. A terapia se desenvolveu de maneira bastante consistente também nesse período. Como é serviço público, a médica que me acompanhou por mais de dois anos deixou o serviço e passei meses precisando de um ajuste, de um avanço para uma próxima etapa do tratamento, para estabilizar de fato meu humor. Eu comecei tomando lítio e quando engravidei passei a quetiapina 25mg e depois 50mg; citalopram 40mg; primeiro levomepromazina que depois foi substituída por clorpromazina de 5 a 15 gotas, apenas nas crises. Quando troquei de médico ele adicionou a lamotrigina, que me causou alergia. Com a interrupção abrupta da medicação vieram sintomas muito mais fortes que os habituais. Passei erroneamente com outro médico depois disso que me receitou o valproato, 250mg pra ser aumentado para 500mg em uma semana. Retornei com o primeiro médico em cerca de 20 dias. Mencionei que não tinha sentido o efeito da medicação, porque AINDA não tinha sentido o efeito da medicação, óbvio, já que eram só duas semanas naquela dosagem e sendo uma medicação nova. Aí veio o meu pesadelo. O médico simplesmente dobrou novamente a dosagem, 750mg por uma semana e 1000mg depois disso do valproato e adicionou ainda a bupropiona por conta dos sintomas depressivos fortes (que estavam fortes como efeito colateral da interrupção da lamotrigina. Isso tudo aconteceu em 3 consultas em torno de 2 meses. Achei absurdo que em torno de 2 ou meses eu passei por 3 novas medicações, uma delas com dosagem quadruplicada, sem contar que pelo que pesquisei a bupropiona aumenta a concentração do citalopram. Nenhum aspecto da minha vida foi considerado na inserção das novas medicações, como o fato de eu ter um filho de 2 anos pra cuidar sozinha. O resultado de tanta irresponsabilidade e falta de escuta foi que eu fiquei realmente dopada. Quando cheguei a dosagem máxima do valproato eu não conseguia fazer nada. Precisei de ajuda pra cuidar do meu filho e a alteração de consciência foi tanta que em alguns períodos em sequer conseguia falar algo compreensível. Eu sequer consegui buscar um atendimento de urgência porque eu estava de fato dopada. A coordenação do CAPS que me atende quer me negar até o direito de expressar como me senti, segundo ela não posso dizer que me senti dopada, "não é correto", como se eu não tivesse capacidade de entender que medicações têm efeitos colaterais. Quer me obrigar a retornar com o mesmo médico, em quem obviamente eu não consigo confiar. Sequer analisou meu prontuário onde fica muito claro que eu faço tratamento há muito tempo, passei por muitos efeitos colaterais e nunca reclamei de estar dopada. Inclusive a princípio confiei no médico e tomei toda a medicação que ele me receitou, por eu mesma saber que o tratamento precisa evoluir, que o fato de eu me afastar da gravidez e estar amamentando um bebê já bem grande também altera bastante as condições de tratamento, etc. Enfim, estou relatando toda a situação como um contexto, caso vocês queiram tocar em um tema espinhoso que pode ser muito importante para pacientes e familiares: a importância da escuta, do trabalho interdisciplinar, da avaliação do contexto de vida do paciente e não apenas a prescrição baseada quase que exclusivamente em listas sintomas. Não sei se já tem vídeos nesse canal sobre isso. Mas sei que é um tema muito, muito importante. Todas as áreas da saúde carecem ainda de humanização, mas algumas mais ainda porque tratam de pessoas mais vulneráveis socialmente falando. Eu me sinto o tempo todo, pela maior parte dos profissionais da saúde, tratada como uma incapaz. Acredito que a temática é importante.
Sua colocação é importantíssima, parabéns!
Muito dificil tudo o que vc passou. Também tive muito problema c o diagnóstico do meu filho. O valproato deu certo para ele. Mas foi muita luta até chegar a ele. Tem um médico dr Renato Silva que tem muitos videos e é muito bom para ouvir também. Vc precisa se sentir bem. Muita força para vc ❤
O tratamento realmente não é fácil e dificilmente os resultados são rápidos. Tenho a graça (não chamo de sorte) de ter um psiquiatra maravilhoso. Ele me escuta, me compreende, me orienta e valoriza mesmo o menor esforço que faço. Também faço psicoterapia. Sem todo esse cuidado que recebo e sem minha família eu certamente não estaria mais aqui. Peço a Deus que te guie nessa jornada e te dê força e fé, sempre!
Infelizmente vivemos essa realidade tão drástica. Desesperador
Excelente apresentação.
Gostaria de sugerir um tema, sobre os tipos de psicoterapia, pois fiz psicanálise sem acompanhamento psiquiatrico. Fui por estar em depressão, achei q tinha melhorado e na verdade hoje eu sei que entrei em fase maníaca, mas a psicanalista me dava "força" na minha razão nos conflitos que eu estabelecia. Por conta disso, perdi trabalhos e fiz vultosas dívidas. Só depois de muito tempo, uns 20 anos, fui encaminhado a um psiquiatra por outra psicóloga e tive o diagnóstico. Porém, me caso estava muito agravado e tive muita resistência em aceitar o diagnóstico e o tratamento. Só após muito tempo e uma internação involuntária, aderi ao tratamento medicamentoso e fiz a terapia recomendada para o caso, q é a comportamental cognitiva. Hoje estou estabilizado e a terapia tem me ajudado muito. Mas isto levou uns 30 anps desde q pela 1a vez me indocaram uma psicanalista para o meu caso.
Fiz tratamento com quetiapina e ela me causou pânico. Foram sendo acrescentadas mais e mais medicamentos e fui piorando. Troquei de psiquiatra e ele me médico com três medicamentos e em 10 dias eu já estava bem. Acho que a interação medicamentosa e a palavra do paciente devem ser levada sem conta.
Assunto muito bem esclarecido! Minha filha foi diagnosticada á 8 anos com a Sindome do Transtorno bipolar. Sofreu muito, foi internada, tentou suicidio, tudo no periodo de 1 ano. Apartir do momento q tivemos o auxilio de um psiquiatra bem experiente as medicações são as mesmas, 2 carbolitio, 1 quetiapina e 2 lamotriguina, pela manhã e a noite. Hj só toma pela manhã. Volta ao psiquiatra á cd 4 meses. Ela esta ótima, trabalha, viaja sozinha á trabalho, se diverte e nesse período casou. O importante é a adesão ao tratamento e o apoio familiar.
O profissional deve estar atento as medicações!! Principalmente quando o paciente segue o tratamento à risca, mas, mesmo assim, não esta estabilizado, não esta conseguindo seguir com seus compromissos, devido aos excessos de efeitos colaterais. Há médicos que a cada queixa, introduz novo medicamento, só acrescentando, chegando ao ponto de confundir os supostos efeitos positivos e negativos das medicações!! Mesmo depois de mais de um ano de tratamento com o mesmo profissional!!!
Parabéns pelo vídeo.
Fiquei 4 meses tratando com aline, ele nao fez o que falava nessa entrevista, so me deu monoterapia de quetiapina mesmo não estando bem
Quanto tempo devemos esperar até que chegue nessa estabilidade? Qual o prazo pra trocarmos o protocolo medicamento, caso não esteja encontrando a melhora?
Alguém sabe me dizer que alguém estabilizado no TAB tomando lítio, divalproato, lamotrigona, bup e desve pode tomar Venvanse para TDHA?
Achei muito esclarecedor a questão das classes de medicamentos. Por exemplo utilizo olanzapina como estabilizador de humor, mas a classificação dela é de antipsicótico atípico. Quanto ao efeito colateral, ele pode ser benéfico, a olanzapina mé dá sono eu eu tenho sério problema de insonia. Então eu tomo ao dormir e resolveu meu problema de insonia. Minha depressão estava muito resiliente e no caso tenho q usar 2 antidepressivos + olanzapina
Faço tratamento para TAB há mais de dez anos com a mesma médica. Com o tempo descobriu que temho TOC. Sempre ouvia ou lia que o tratamento do TAB era de uns dois anos, mas após uma década, tomo 6 substâncias e ainda comtinuo na Terapia. É normal tomar tamta medicação?
A Lamotrigina aumenta o apetite?
Não aumentou em mim
Estou usando. Não aumentou
O problema que o diagnóstico é muito difícil é tem muita comorbidade
Quetiapina me fez engordar 15 kilos em 01 ano :(
Me deu uma fome absurda
Eu parei por este motivo.
Estava pré-diabético.
Tomar anticonvulsivante pode aumentar o risco de convulsão ao longo do tempo?
É verdade que um tratamento abandonado pelo paciente dá muito mais trabalho para estabilizar qdo é necessário retomar?
Sim...e bem complicado...pois a cada recaída as sequelas podem se tornar permanentes