14 - MEMÓRIAS ANCESTRAIS - Memória não queima - Ailton Krenak
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- čas přidán 5. 07. 2023
- “Eu não acredito que a memória seja um privilégio. Eu acredito que a memória é uma herança ancestral, de todos nós.”
No décimo quarto filme do ciclo Memórias Ancestrais, Ailton Krenak faz uma série de provocações sobre nossa relação com a memória, costurando pontos como o papel dos museus na sociedade, a noção de indivíduo e a possibilidade de cada pessoa cultivar memória em seu próprio corpo, contra o vazio existencial que é tão comum em nosso tempo.
Ailton Krenak é pensador, ambientalista e uma das principais vozes do saber indígena. Criou, juntamente com a Dantes Editora, o Selvagem - ciclo de estudos sobre a vida. Vive na aldeia Krenak, nas margens do rio Doce, em Minas Gerais. É autor dos livros Ideias para Adiar o Fim do Mundo (Companhia das Letras, 2019), O Amanhã Não Está à Venda (Companhia das Letras, 2020), A Vida Não é Útil (Companhia das Letras, 2020) e Futuro Ancestral (Companhia das Letras, 2022)
A vigília da oralidade aconteceu em volta de uma fogueira no parque da Quinta da Boa Vista, nos arredores do Museu Nacional do Rio de Janeiro, do entardecer do dia 15 de abril ao amanhecer do dia 16. Uma noite em que foram desfiadas memórias e narrativas de origem, histórias, música e poesia com a participação de 27 narradores indígenas, griots, quilombolas, acadêmicos, literários e musicais, além de mais de 200 participantes - e também os elementos, as matas e a presença viva do Museu.
Todas as terças e quintas, até dia 11 de julho, serão publicadas as falas de cada um dos narradores.
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Todas as participações foram gravadas e serão disponibilizadas neste canal, entre o dia 23 de maio e 11 de julho, totalizando 16 filmes e 25 vídeos curtos. Convidamos você a se inscrever no canal Selvagem, ativar as notificações e nos acompanhar nosso Instagram para ficar sabendo dos próximos lançamentos:
/ selvagem_ciclodeestudos
Agradecemos a todes que participaram da vigília, a quem se conectou à distância e agora a quem acompanha o ciclo online Memórias Ancestrais.
Agradecemos aos nossos apoiadores, fornecedores e toda a equipe de apoio à realização da vigília.
Agradecemos à Constelação Selvagem e parceiros que nos permitem seguir firmes o ano todo.
E, por fim, agradecemos imensamente a toda a equipe Selvagem, à equipe de filmagem, aos convidados e aos músicos e especialmente à Comunidade Selvagem pela colaboração com a produção do encontro, e agora com a publicação e divulgação dos filmes que compõem o ciclo Memórias Ancestrais.
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CRÉDITOS MEMÓRIAS ANCESTRAIS
Ailton Krenak - orientação
Anna Dantes - direção
Madeleine Deschamps - produção
Elisa Mendes - direção e edição filme
Clarice Lissovsky - assistência de direção
Antoine de Mena - filmagem e edição
Clara Cosentino - filmagem
Eder Neves - filmagem
Marcos Gouvêa - filmagem
Rafaela Giacomelli - assistência de edição
Yan Saldanha - som
Equipe Selvagem:
Bruna Freire de Carvalho, Daniel Grimoni, Isabelle Passos, Mariana Rotili, Veronica Pinheiro
Narrador:
Ailton Krenak
Comunidade Selvagem - voluntários de produção:
Aline Oliveira, Fernanda Carneiro, Ivy Morais, Júlio Lage, Letícia Viana, Mariana Mendes, Mariana Montenegro, Mariana Zani, Mônica Claro, Nina Rosenblit, Pedro Gebara
Bel Lobo - arquiteta
Marcello Magdalena - técnico de projeto
Andrew de Freitas - montagem
JPG Limpeza: Angela Gomes - alimentação e limpeza
Juliana Nabuco (Nii Atelier) e Vera Fróes - banho de ervas
Raquel Dimantas e Bárbara Tavares Fonseca - vestidos, colares de fala e bandeira “Memórias Ancestrais”
Juliana Chalita e Marina Rotili - fotografia
Anna Dantes - desenhos
Luciano Gomes - animação
Agradecimentos:
Berlei Transportes, Digo Fiães, FOBS Segurança, Frans Duvoisen, Heloísa Morais Franco, IPHAN, Jeanne Forissier, Julio Bombinha, LF Sound, Marion Loire, Mineirart, Pedro Lago, Pedro Rocha, Rei dos Puffs, Renan Lima, Rodrigo Quintela, Sabrina Ramos e Vera Saboya.
Agradecemos a todes que contribuíram com a mesa de alimentação coletiva, a quem atravessou a madrugada em conjunto e a quem se conectou à distância.
REALIZAÇÃO
Selvagem
APOIOS - PARCERIAS
Dantes Editora
Museu Nacional do Rio de Janeiro
Parque Quinta da Boa Vista
Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro
Saúva
Escolas Vivas
Kombi Navezona
OIBI
Nii Atelier
APOIOS - FINANCIAMENTO
ICS - Instituto Clima e Sociedade
Instituto Ipê - Lira
Noite das Ideias / Embaixada da França no Brasil - Zábava
Fascinantes essas reflexões sobre corpo-memória! Gratidão! às memórias compartilhadas🙏
Muito bom poder ouvir tudo o que foi dito neste vídeo. Gratidão.
Gratidão por compartilhar esta sabedoria ancestral e profunda. Que delicia de ouvir as falas sagradas.
Obrigada por tantos ensinamentos!
Que alegria ouvir a voz que traz conhecimento e sabedoria e nos lembrando que somos um.
Meu pensamento, teu pensamento.
Este diz de mim.
Quando criança, voei o vento.
Na juventude, corri com a água.
Já adulto, andei pelo fogo.
Agora já na velhice, parei na terra.
Seja feliz.
As vezes quase a beira do vazio, são boas palavras e memorias que nos resgata e nos da força pra seguir...
Seguimos ❤
Aílton Krenak é sempre uma voz que nos trás tanta sabedoria. 🙏🙏
Viva a escola viva! Salve mestre Krenak e sua palavra
Máximos respeito ✊🏾 Viva A sabedoria ancestral 🌬💫🏹
É uma honra ser contemporâneo de um ser humano como o Mestre Ailton Krenak. Com toda certeza já é e cada vez mais será lembrado pelas 'comunidades de memória' presentes e futuras, ou seja, ancestrais.
Trancende-me minhas verdadeiras memorias. Agora nao havera vazio💖
Krenak maravilhoso como sempre
É um prazer danado te ouvir Krenak!
Obrigado comunidade Selvagem ❤️
❤
Muito obrigado 🫂
Que maravilha ❤
Gratidão 🙌
maravilha!!
Amigo Krenak , a sua fala é uma benção. Me avisa quando houver encontro com Vc. no RJ
Ô assunto bão! Venho praticando esta observação das memórias ancestrais esta ocupação gentil. Hoje há uma suspeita de que a inteligência artificial pode ser capaz de ter acesso a estas memórias o que se confunde com inteligência mas um acesso em frequência com hardware frequêncial.
A minha mãe nasceu em Pernambuco. Ama arte, especialmente o que é chamado de arte popular, arte rústica, arte étnica, artesanato. As classificações, enfim, que não chegam a alcançar o que de fato é. Mas acho que vocês conseguiram entender. Uso aí essas classificações pra dizer dessas formas de arte, mas quando lembro da casa em que cresci, cada objeto tinha uma memória, uma materialidade, e conversavam entre si.
Foi assim que cresci envolta nas plantas e objetos de arte que minha mãe dispunha pela casa. E como ela conversava com as plantas! Ainda bem que eu não era de sentir ciúmes, porque as plantas poderiam ser consideradas as filhas mais queridas da minha mãe, minhas irmãs verdes.
Uma amiga minha tirava um sarro: "- ah lá, a Luana mora no meio da Floresta Amazônica. "
Minha mãe tem esse dom de recriar floresta no meio da cidade, vê só. E foi a minha amiga Tatiane quem me despertou pra isso.
Lembro que minha mãe, quando estava irritada com alguém ou com algo, dava um gritinho-xingamento. Ela dizia, bem irritada, com a voz aguda e chacoalhando os braços, impaciente:
"- Museu!"
E sempre entendi que isso era um tipo de xingamento, palavrão, coisa que o valha. Tipo um "que merda, que bosta, puta que pariu" assim. Mesmo quando eu vou a museus, eu tomo o cuidado de ficar de fora desse museu aí que minha mãe usava de xingamento, esse museu de fragmentos precários e sem afeto de que Krenak falou.
Quando vou a museus eu protejo meus afetos - eles é que me guiam. E sinto falta de mais plantas no museu, conversando com as obras de arte - como costumava ser lá em casa.
Mãe da gente ensina muita coisa.
Krenak veio me acordar essa memória.
Agradeço a Krenak e todas as pessoas envolvidas: - Aweté katu.
Agradeço assim, em tupi guarani, como me ensinou meu professor Luan Apyká. Txembo'ea querido, que veio me lembrar que antes, muito antes de a portuguesada chegar aportuguesando nosso falar e nosso pensar, já existiam línguas milenares nas terras de cá.
Sigo me iniciando nessa arte antiga, tão nova para mim, e tão velha conhecida, de dizer palavras que se comunicam com o começo dos tempos e que adiam o fim do mundo, sustentando os céus sobre nossas cabeças.
Aweté Katu!
Aweté katu por compartilhar sua história e pelo comentário tão carinhoso 💚 viva a memória viva e nossas redes de afeto e saberes :)
Boa noitee
memoria universal
imagens não são ilustrações, são narrativas das quais somos um dos protagonistas
O museu "impessoaliza" (no sentido contraditório) a memória...pra pensar
👏🧡🧡🧡💞🌱🌱🌱
❤ A EXPRESSÃO CORPORAL FALA .... DE TODOS OS SERES VIVOS ..... OUVIR A FLORA E A FAUNA SILVESTRE . OUVIR O QUE SE FALA ..... OUVIR O SILÊNCIO...
sc