15 DE MARÇO DE 1961 - ALBERTO OLIVEIRA PINTO - LEMBRA-TE, ANGOLA Ep. 105
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- čas přidán 11. 03. 2023
- Estamos na antevéspera do 62º aniversário do 15 de Março de 1961, facto importante para a História de Angola. Pelo que este Episódio 105 de Lembra-te Angola lhe é dedicado.
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LEMBRA-TE, ANGOLA
Websérie sobre História de Angola
Apresentação e Guião: Alberto Oliveira Pinto
Produção e Edição: Maria Giraldes
Produção e Thumbnail: João Alberto Pinto
Direcção de Conteúdo: Alberto Oliveira Pinto
| FILME - CRÉDITOS |
• Teta Lando - FNLA-MPLA
Teta Lando - FNLA-MPLA
The Jukebox Rebel
• Rui Mingas "Monagambé"
Rui Mingas "Monagambé"
Luis oliveira
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/ @albertooliveirapinto5092
Boas novas da nossa Angola.
Muito bem diz o Professor Oliveira Pinto: a História não é um tribunal. Não se trata de julgar, mas sim de conhecer a verdade e de não a esquecer. Também muitos países pelo mundo fora nasceram de lutas sangrentas. Teria sido possível de outra forma? Talvez, mas não foi. A grande luta que a Humanidade trava é - e sempre será - resolver as diferenças, as oposições, as disputas, sem violações do respeito pelos semelhantes, sem crimes de sangue. Que o conhecimento do custo do que hoje de positivo temos nos refoce o sentido da responsabilidade.
Verdadeiro início da luta armada de libertação nacional. Viva o 15 de Março
Pelo menos foi a verdadeira consumação do início dessa luta armada. Até os Portugueses o sentiram. Afinal não era por acaso que sempre vi os meus pais e outros portugueses confundirem o 4 de Fevereiro com o 15 de Março. Foi o 15 de Março que verdadeiramente os impressionou e que levou Salazar a dar início à chamada Guerra Colonial a 13 de Abril.
@@albertooliveirapinto5092Qual é o grande interesse em escolher 4 de Fevereiro de 1961 como a data do início da libertação de Angola em vez do 15 de Março de 1961?
@@ideiasmultiverso2022 Porque o MPLA da época reivindicou o 4 de Fevereiro como seu, mesmo sem o ter sido. Mas um dia falarei melhor do assunto.
O meu avô, a minha avó e o meu tio estavam na fazenda do Sousa Leal em Muxaluando - Nambuangongo quando ocorreram os eventos de Março de 1961. Conseguiram sair de lá e pouco tempo depois regressaram a Portugal, emigrando posteriormente para o Canadá na segunda metade da década de 60. Ao regressar a Portugal de Angola e devido às restrições cambiais existentes na época o meu avô foi obrigado a trocar os Angolares que tinha para Escudos da metrópole através da Companhia Mineira do Lobito que cobrou uma comissão exorbitante.
Obrigado pela sua história familiar 🙏. Valem sempre a pena.
Etu mu dietu, Professor.
Olá, amigo Alberto, bem interessantes as informações deste episódio. O ''15 de Março de 61'' é importante para nós brasileiros conhecermos melhor a História angolana e africana, achei superbacana!
Professor . Thank you very much for your endeavours in bringing in some lights about the history of Angola. Mto obrigado, Sir!
🙏🏽🙏🏽🙏🏽
Olá professor - qual livraria em Lisboa posso comprar os seus livros/material ? Fui a Bertrand Livraria eles não tinham.
Está para sair uma reedição da História de Angola ainda este ano.
Na vida, e na história da formação das nações, houve aspetos que a esta distancia, serão condenáveis. No entanto, sempre se assistiu a massacres de inocentes, só pelo facto de terem a infelicidade de se encontrarem naquele exato momento e local que não deviam estar . Mas a minha opinião, não se destina a alterar a forma de pensamentos, mas a coincidência, dos ataques no norte de Angola, se terem sido dirigidas a pessoas trabalhadoras vindo do bailundo, como sabemos era a grande força das fazendas. No meu entender, houve uma força que estava para além da grande conquista da independência, estava essa força também contra povos ´por motivos tribais. Em 1966, na fazenda Santa Eulália, cruzei-me com trabalhadores, oriundos do sul, que tiveram familiares que infelizmente sofreram, mas no entanto, uma grande maioria de portugueses, conseguiu sair porque foram avisados, por quem? Eu tive familiares no Uíge, que assim nos contaram. Professor Alberto, a escravatura, em Angola ou antes de ser Angola, não nasceu, por pessoas oriundas da europa, nasceu de pessoas da mesma cor, porque só eles sabiam, onde e como localizar povos do interior. Um abraço, professor, mas eu gostei do seu vídeo.
Um abraço igualmente para si e muito obrigado pelas suas preciosas informações. Ainda assim, como viu, eu referi os trabalhadores bailundos, ainda que de passagem.
A tua opinião em relação a escravatura é completamente equivocada. Faça bem as pesquisas e não usa falacias para argumentar algo tão sério. É sabido que na Nação Kongo não existia escravos mas sim prisioneiros de guerra. Voce deves estar a ver a história na perspectiva do colonizador. Te peço que faças mais estudos antes de falares de um assunto de tamanha repercussão.
Quer dizer o proprio conego das neves defendia o inicio da luta armada apartir da fronteira. Uma acção dentro da cidade iria e como aconteceu provocar uma reação pezada ao povo.
Tem toda a razão. Já toquei nesse assunto no episódio sobre o 15 de Março e espero aprofundar num futuro episódio sobre a própria operação do 4 de Fevereiro e sobre o fim dramático do Cónego Manuel das Neves.
Eu, tinha 16 anos de idade, quando comecei a fazer milícia , após, o 4 de Fevereiro. Quando foi a chacina , terrorismo, a 15 de Março fui com meu pai, a uma fazenda, que tinha vendido em 1960. Na fazenda nada tinha acontecido. Vi o terror IN LOC e em fotografias. Mulheres nuas que depois de violadas cortavam os peitos e abriam ao meio pelo centro das pernas. Crianças cortadas em dois pedaços , homens brancos e pretos todos, uns degolados outros cortados ao meio. Não poupavam ninguém. Tinha 16 anos de idade, tudo o que que criou em mim não uma vingança, mas uma vontade de combater o terrorismo. Assim que, completei os 17 anos de idade, a FORÇA AÉREA PORTUGUESA pediu voluntários. Fui , imediatamente, inscrever como voluntário. Interrompi os meus estudos. Em Outubro de1961, vim para Portugal Continental, fazer formação. Após, terminar o curso voltei para Angola, Negage. Pertencia á Linha da Frente, Combate, nos aviões T6. Executei muitas missões de combate ao terrorismo. Sempre que saía em missão de combate levava na minha cabeça a chacina que tinha visto a 15 de Março. Se matei terroristas, pessoas inocentes, não posso afirmar. Apenas , posso dizer que íamos ao local indicado, lavar bombas incendiárias, bombas convencionais, fazer metralhadoras ou lançar rockets. Sinceramente, posso afirmar que não posso dizer se matei terroristas. Há uma prova verdadeira do que digo. Nunca me lembrou de descer do avião e ir lá abaixo, verificar se estavam lá terroristas, pessoas, etc. A única coisa que posso afirmar é que ficava tudo bem queimado, cubatas, lavras, seres humanos não sei. Quem estiver interessado, inclusive, este historiador, ainda pode passar pelo Norte de Angola, zona Dembos e todo Norte tentar verificar IN LOCU, então, relatar a história mais verdadeira. TCHAU, TCHAU.
Tentarei passar pelo norte de Angola. O seu relato impressionou -me. Obrigado.
@@albertooliveirapinto5092 O meu relato não é para impressionar, mas, hoje, com 80 anos, esses dias, ainda , estão marcados na minha cabeça. Amo a minha Terra, Luanda, está no meu coração 24 horas sobre 24 horas. Mas, jamais posso esquecer um intrínseco terrorismo a inocentes, desarmados. Quando aconteceu, recentemente, o acto de terrorismo em Israel, matando milhares de pessoas inocentes, vivi esse momento como estivesse em 15 de Março de 1961.
@@joaquimelias8648 O que eu quis dizer é que é tempo de memórias como as suas serem respeitadas na História. A História não é só de um lado, há uma multiplicidade de memórias na sua permanente construção. E, como historiador, tem-me chegado muito.mais o lado contrário. A UPA merece ficar na História como um movimento independentista de Angola. Mas não se podem ocultar os seus actos de terrorismo. Isto, em meu entender, aliás, aplica-se a qualquer partido, ideologia ou formação política. O passado é para ser assumido, mesmo quando é tenebroso.
@@albertooliveirapinto5092 OLDEN Robert nasceu em Angola, mas foi para o Congo Belga em miúdo, lá estudou e trabalhou no Consulado Belga. Está posição que tinha levou com que falasse nas Nações Unidas. Quando , formou a UPNA a sua ideia era separar o Norte de Angola. Depois que juntaram ao movimento o Pinóquio e outros e que formaram a UPA. O OLDEN Robert, para começar a luta em Angola teve um subsídio do Presidente John Kennedy. Ainda, recordo, quando os movimentos se juntaram em Luanda, toda aquela exuberância da FNLA, era dinheiro Americano. Fui tripulação da DTA/TAAG. Conheci muitos dos membros do MPLA, FNLA, UNITA, muitos brincaram comigo a jogar á bola no SAMBIZANGA, entre muitos, o Zé Eduardo dos Santos e irmãos. Muitos estudaram comigo no Liceu Salvador Correia. Enfim, terrorismo é terrorismo em qualquer parte do mundo. Desculpe, mas vou fazer uma pergunta: como Historiador e residente em Angola, tem consciência que Angola está qualquer coisa melhor com a saída dos Portugueses, ou está pior ou péssima ? Ainda, tenho Amigos em Luanda que falamos quase todas as semanas por WhatsApp.
Sempre residi em São Paulo.
O partido que governa Angola sempre tenta fazer perceber que eles foram os únicos que lutaram, mas que na verdade foram os que menos se empenharam… e falam em reconciliação nacional quando não fazem reconhecer outros elementos que contribuíram para a história de Angola! No entanto esse canal vem sempre repor a real história do país! A política é suja e sem caracter
Quero ouvir falar do 27 de abrir de 1961 em que os brancos mataram milhares de pretos como vingança ao 15 de março. Nesta matança o pai da minha mae e irmao foram mortos. Meu pai escapou porque fuigio. Estava no kikulungo
Falei desses acontecimentos violentos no norte de Angola nos dois últimos episódios.
O 27 de abril foi o real início da luta pela libertação… 4 de fevereiro deve ser eliminado da história de Angola