audiolivro - PAUL SWEEZY - TEORIA DO DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA (5)

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  • čas přidán 5. 09. 2024
  • Capítulo IV: Mais-Valia e Capitalismo
    1. Capitalismo
    A produção de mercadorias e o capitalismo não são sinônimos. No capitalismo, os meios de produção pertencem a um grupo de pessoas (capitalistas), enquanto o trabalho é realizado por outro grupo (trabalhadores), que vendem sua capacidade de trabalho como mercadoria. A característica específica do capitalismo é a compra e venda da capacidade de trabalho, que distingue esse sistema de produção de mercadorias simples.
    2. Origem da Mais-Valia
    Para entender a origem da mais-valia, é necessário compreender o valor da capacidade de trabalho como mercadoria. O valor da capacidade de trabalho é determinado pelo tempo necessário para produzir e reproduzir o trabalhador, ou seja, pelo valor dos meios de subsistência necessários para manter o trabalhador em condições normais.
    Marx argumenta que o capitalista compra a capacidade de trabalho pelo seu valor (os salários), que é suficiente para cobrir os meios de subsistência do trabalhador. No entanto, o trabalhador, em um dia de trabalho, produz mais valor do que o necessário para cobrir seus salários. Essa diferença entre o valor produzido e o valor pago em salários é a mais-valia, que o capitalista embolsa.
    3. Componentes do Valor
    O valor de uma mercadoria produzida sob condições capitalistas pode ser decomposto em três partes:
    Capital constante (c): Valor dos meios de produção (máquinas, materiais), que não altera quantitativamente no processo de produção.
    - Capital variável (v): Valor pago pelos salários, que é transformado e aumenta no processo de produção.
    - Mais-valia (m): Valor excedente produzido pelo trabalhador além do necessário para cobrir seus salários.
    A fórmula do valor total de uma mercadoria é expressa como c + v + m. Essa fórmula é semelhante ao conceito moderno de renda das empresas, onde c representa os custos de materiais e depreciação, v os salários, e m o lucro.
    4. Taxa da Mais-Valia
    A taxa da mais-valia é a razão entre a mais-valia (m) e o capital variável (v), expressa como m/v. Ela representa o índice de exploração do trabalhador pelo capitalista. A taxa da mais-valia pode ser aumentada pela extensão da jornada de trabalho, redução dos salários reais ou aumento da produtividade do trabalho. Marx distingue entre mais-valia absoluta (resultante da extensão da jornada de trabalho) e mais-valia relativa (resultante da redução dos salários reais ou aumento da produtividade).
    5. Composição Orgânica do Capital
    A composição orgânica do capital é a razão entre o capital constante (c) e o capital total (c + v), expressa como c/(c + v). Ela mede a proporção em que o trabalho é equipado com materiais, instrumentos e maquinaria. Fatores como o nível técnico, a produtividade do trabalho e o índice dos salários reais influenciam a composição orgânica do capital.
    6. Taxa de Lucro
    A taxa de lucro é a razão entre a mais-valia (m) e o capital total (c + v), expressa como m/(c + v). Marx supõe que todo o capital tenha um período de recuperação idêntico (um ano) para simplificar a análise teórica. A taxa de lucro depende da taxa da mais-valia e da composição orgânica do capital. A fórmula é p = m’(1 - q), onde m’ é a taxa da mais-valia e q a composição orgânica do capital.
    Conclusão
    Marx reconhece que, na prática, as composições orgânicas do capital diferem entre indústrias, o que afeta a validade direta da lei do valor. No entanto, a análise baseada na lei do valor é útil para entender as tendências gerais do capitalismo. Marx utiliza suposições simplificadoras para desenvolver sua teoria e, posteriormente, analisa as modificações necessárias quando essas suposições são removidas, mostrando que as alterações nos resultados não comprometem a validade essencial de sua análise.

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