Antropologia Visual e Fotografia, apresentação de pesquisa de mestrado. 29.05.21

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  • čas přidán 24. 08. 2024
  • com a profa. com Andrea D'amato
    TEMPOS COMPOSTOS:
    Babá Egún, fotografias, ancestralidade e memórias no Omo Ilê Agboulá
    Resumo da pesquisa:
    As presenças ancestrais cultuadas nos terreiros de babá egún são manifestações materiais de uma força invisível que se faz presente aos olhos. Assim como as fotografias atestam a ausência do que elas fazem presente, os Babá Egún necessitam da corporificação, por meio do axó, a casa-roupa sagrada, para adquirir uma forma e visibilidade provisórias.
    Nos dois casos, a ausência visível é transformada em um novo modo de presença.Como em um ato ritual, as fotografias contêm seus mistérios, participam de agenciamentos, enredos, e este parece ser o grande desafio que as imagens colocam para a pesquisa etnográfica.
    As potencialidades de associação entre o fazer etnográfico e as possíveis narrativas engendradas por intermédio das fotografias permeiam a pesquisa.
    A experiência a que se propõe este trabalho tem lugar no pequeno povoado do Alto da Bela Vista, localizado na praia de Ponta de Areia, município de Itaparica, no estado da Bahia. Particularmente, envolve os moradores do entorno do terreiro ilê omo Agboulá e seu culto aos ancestrais, conhecidos como babá egún.
    O intuito da pesquisa é revisitar arquivos e fotografias sobre a comunidade e seus rituais, com afinalidade de provocar agenciamentos e reflexões, e assim compreender as possibilidades de agentividade das imagens. A ideia é compartilhar aspectos de minha interlocução com anfitriões e frequentadores do terreiro sobre memórias, histórias e presenças acionadas pelas fotografias.
    Os arquivos discordam de sua própria preeminência de serem incontestes, de serem o espaço de um tempo remoto. É justamente nesse universo fugaz de verdades relativas que este estudo se instaura, revisitando arquivos, conferindo-lhes novos usos e sentidos, sugerindo outros ordenamentos, cruzando fronteiras porosas para criar movimentos de articulação em que fotografias do passado possam vir a ser também imagens fazedoras de futuros.
    Não se trata de resgatar uma memória esquecida, mas sim de evocá-la no presente, renovando-a, de atuar na instabilidade histórica e abrir as imagens para suas imprevisibilidades, buscando desenhos de relações capazes de elaborar uma memória construída por rastros e afetos.
    Mestrado em Ciências Sociais
    Concluído em 2020
    UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo)

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