Nietzsche: sobre VERDADE e MENTIRA no sentido extramoral | Aula completa
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- čas přidán 29. 05. 2018
- O texto ‘Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral’ foi escrito em 1873, época em que Nietzsche, ainda um jovem filósofo, era professor na Universidade da Basiléia. No estilo filosófico com um sentido de escrita que se aproxima do poético, e metaforicamente, faz o autor a introdução de seu texto por meio de uma fábula. Nela, Nietzsche discorre sobre a invenção do conhecimento, o problema da linguagem e a questão metafísica e moral, que envolve a fundação da verdade e da mentira como termos do campo da ficção.
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A pedido do Bruno Neppo, to colando aqui a resposta que dei ao comentário do F. Farias:
Cara, com todo respeito, mas o que você interpretou não é o que Nietzsche diz. Ele não diz que a "verdade é falsa" ou que ela não existe, ele diz que verdade e mentira só fazem sentido dentro de um complexo linguístico que determina regras para que se possa conceber, dentro da linguagem, verdades e mentiras. Eu vou te dar um exemplo pra ver se fica mais claro: digamos que estamos diante de dois tipos de folhas de árvores, uma folha de bananeira e uma folha de macieira. Se você apontar para ambas e disser "as duas são folhas" isso será verdade, mas é só verdade para a linguagem que possui dentro dela o conceito de "folha", que iguala a folha da bananeira com a da macieira sob uma mesma palavra/conceito (a saber "folha"). Poderíamos imaginar uma linguagem em que as pessoas olham para esses dois tipos de folhas e, por verem que são diferentes, criem palavras também diferentes para elas, de modo que se você disser que "as duas são folhas" vai resultar numa proposição falsa, dado que se uma tem o nome de folha nessa linguagem, a outra tem que ter necessariamente outro nome. Outro exemplo são os esquimós (e aqui talvez fique mais claro pra você): eles possuem várias palavras para branco, já que vivem num ambiente em que quase toda paisagem é justamente branca e, para conseguirem diferenciar o que veem em meio aos vários tons de branco, é necessário que tenham uma linguagem que consiga de alguma forma estabelecer essas diferenças em suas palavras e conceitos. Acontece que, se você estiver entre eles, e se deparar com dois tipos de brancos diferentes e disser "ambas as cores são brancas", para nossa linguagem isso será verdade, mas para a deles será falso, já que eles não entendem aquilo que chamamos "branco" como um único conceito fechado, mas sim como vários conceitos diferentes com nomes diferentes. Assim, vemos que verdade e mentira, por serem atribuições das asserções que fazemos, são condicionadas à linguagem que usamos, e é basicamente isso. Nietzsche mesmo descreve essas coisas de maneira bastante inteligente, quando diz por exemplo que o conceito funciona como "a identidade de não-idênticos", isto é, o conceito (como o de folha, que utilizamos antes, por exemplo) age de modo a eliminar as diferenças particulares de individuais (como as diferenças entre uma folha de bananeira e uma de macieira, ou mesmo duas folhas de uma mesma árvore, que podem variar em suas formas também) para se apegar justamente nas semelhanças, criando a aparência de que há um universal que corresponderia a todas as folhas ou a todos os brancos, o que, para Nietzsche, é alheio à natureza -- conceitos são da ordem da linguagem, e só, não há metafísica possível aqui (eu diria mais, aliás, e citando Wittgenstein também, diria que essa compreensão metafísica não é nada mais que um mau uso da linguagem, uma confusão linguística).
Veja bem, ele não tá dizendo que se a verdade e mentira são relativas à linguagem então qualquer coisa pode significar qualquer coisa e tudo bem, esse tipo de caricatura idiota que se faz de Nietzsche é simplesmente errada, tem que se ter boa-fé interpretativa se se quer realmente criticar o cara, e não inventar coisas que não estão lá, isso não é honesto. O que Nietzsche diz é que não há como estabelecer "verdade" somente com percepções puras (ou, pra usar uma expressão de Dennet, com qualias), não há uma correspondência direta entre palavra e coisa, conceito e coisa. Houvesse tal correspondência, bastaria olharmos para uma árvore para sabermos que aquilo se chama árvore, como se fosse possível colher o nome da coisa simplesmente olhando para a coisa. Se fosse realmente assim, não haveria línguas diferentes com palavras diferentes para significar um mesmo referente. Mas a real é que em inglês é tree, em português é árvore, em francês é arbre etc. e nenhuma dessas palavras se aprende observando o objeto concreto "árvore", mas sim se estudando as línguas. O que Nietzsche diz portanto é que, para se ter verdade e mentira, é preciso antes que haja uma linguagem que possa significar o mundo (isto é, sistema que, grosso modo, dê nome as coisas) para que possamos fazer afirmações sobre as coisas, afirmações essas que podem então ser verdadeiras ou falsas. A grande questão é que as linguagens que temos estão o tempo todo mudando, assim como nossa ciência e nossos conceitos. Ou acaso você não concorda que a ciência sempre está se renovando e mudando aquilo que não mais descreve nosso entendimento sobre as coisas? Aliás, isso por si só mostra que a verdade é relativa também às condições técnicas de nossa ciência e ao contexto histórico que vivemos -- o que, de novo, não é dizer que qualquer coisa pode significar qualquer coisa e deu, estamos falando de método aqui. Como tudo está mudando o tempo todo, vemos que certos critérios de verdade são meramente arbitrários, assumidos como dogmas. Pra mim, o cerne da filosofia de Nietzsche é justamente a crítica a esse dogmatismo, a essa arbitrariedade (o que ele chama a propósito de transvaloração dos valores). Você diz ser isso uma postura antifilosofia, pra mim isso é filosofia pura.
E outra coisa, se há um mau uso da filosofia de Nietzsche ou se a sua influência deu origem ao movimento x ou y, não quer dizer que o que ele diz é fundamentalmente errado e deve ser ignorado, isso é um preconceito, é o mesmo que dizer que cristo deve ser ignorado porque houveram cruzadas em nome dele, seria uma falácia, não seria? Quem tá realmente disposto a ir fundo na filosofia e no pensamento não pode se deixar prender por ingenuidades desse tipo, é preciso lutar contra nossos preconceitos, principalmente naqueles que nos doem mais, é preciso ter essa coragem, senão a gente nunca vai ser mais que medíocre.
Obrigado! Acho que esse seu comentário esclarece possíveis más interpretações.
Ah, vá! Usando o Primeiro Wittgenstein para criticar uma interpretação válida?
Ainda que você fosse favorável à um "programa minimalista de metafísica" do Segundo Wittgenstein eu engoliria, mas querer se livrar da metafísica dizendo que são pseudoproposições...
Vou te contar uma ou duas notícias tristes:
1- o Primeiro Wittgenstein e o Círculo de Viena foram rejeitados até pelos cientistas da natureza,
2- a Verdade ontológica existe. Ninguém está negando isso. O que negamos é a possibilidade de conhecer quaisquer verdades ontológicas! No perspectivismo de Nietzsche quanto mais perspectivas nos temos sobre um ente melhor a imagem nós temos dele mas, NUNCA teremos uma imagem final, definitiva, "Verdadeira" com V maiúsculo.
Bravo
Você é bom explicando. Como diz Nietzsche: Quem se sabe profundo procura ser claro. Parabéns!
Oi, Rodolfo! Obrigado pelo elogio, ainda mais citando o Nietzsche! Fico feliz de conseguir me comunicar bem! 😀
Nossa senhora, eu AMEI esse vídeo!!!!!!! Quanta didática. Parabéns pelo trabalho
Excelente! Obrigado Bruno!
O Nietzsche é tão profundo que marcou um novo momento na história da filosofia.
Ótimo resumo. Parabéns.
Gostei bastante do seu vídeo vai me ajudar e muito fazer meu projeto de pesquisa, quero fazer sobre Nietzsche e linguagem
Depois de ver o vídeo a leitura do texto ficou bem mais leve e fácil, muito obrigada!
Fico feliz que tenha facilitado o seu processo de entendimento! Abraço! Volte mais vezes ao canal!
Eu comecei a ler esse texto agora. Já tinha pego alguns "spoilers" no "Não obstante", mas sua explicação me ajudou muito a clarear alguns conceitos. Muito obrigado e continue o bom trabalho.
Nossa, muito bom esse vídeo. Parabéns!
Muito bom o vídeo, Bruno!Consegue deixar fácil o entendimento de coisas que no texto são embaçadas de compreender, como o pensamento de Nietzsche sobre A Verdade. Parabéns, gostei muito!
Pô, cara! Que legal ouvir isso! Eu me animo ainda mais em produzir esse tipo de conteúdo! Obrigado mesmo pelo prestígio!
muito bom seu video parabens felicidades
Adorei o seu vídeo, Bruno!! Grato pelo aprendizado. Você foi muito claro ao falar sobre o texto. Sucesso!
Obrigado, meu caro! Fico feliz de ter te ajudado na caminhada do conhecimento! Volte mais vezes.
Parabéns pelo canal!
Olá Bruno. Tive a oportunidade de hoje ver um vídeo do seu canal. Muito bacana. Parabéns. Além de conseguir apresentar de um modo muito didático e pedagógico conceitos fundamentais do texto, também há outros aspectos que fazem muita diferença como a ludicidade e uma boa edição. Espero que siga em frente!!!
Olá, padre! Que alegria reencontra-lo aqui nos comentários do meu canal! Obrigado pelos elogios. Fico feliz pelo reconhecimento de alguém como vc! 😊😊 Abraço!
muito bommmm
Que aula maravilhosa, professor! Fenomenal!!! Muito esclarecedora!!! Parabéns!!! :)
Obrigado pelo elogio! Eu me esforço para a filosofia ser fácil e leve para vocês ☺️
Cara, tu é muito bom, de verdade, tem uma didática impressionante. Conheci seu canal há dois dias, me inscrevi e já indicarei para meus alunos. Um abraço e sucesso!
Que alegria poder ler isso, meu caro! Fico feliz que estou cumprindo meu objetivo por aqui nessa plataforma. Estou aberto a sugestões, dicas e críticas. Obrigado!
@@Filosofares cara, pior que a única coisa que eu consigo pensar em sugerir agora é: faça mais vídeos sobre Deleuze hauahuaha mas aí é um gosto pessoal, apenas
Ansisoso p ler os livros!
gostei demais do seu video, bom trabalho!
Obrigado, meu caro! Feedbacks assim me ajudam a produzir mais. Fique à vontade para ver mais conteúdo e, se quiser, se inscreva no canal. 🎈😀
Eu recomendo, com certeza, esse vídeo. Li apenas alguns alguns trechos de livros desse filósofo, pois quero ter mais experiências de leitura com outros filósofos para que eu possa fazer uma leitura mais direta de Nietzsche. Kkkk gostei de sua ordem de leitura de Nietzsche que você fez em outro vídeo.
Meu Deus este vídeo esclareceu todo o texto pra mim... Eu estava boiando!
Ah, que maravilha, Ivan!
Vc faz temas e pensadores "complexos" se tornarem tão mais simples de compreender... Adorei! (E é verdade, viu? hahaha)
Eu acredito! Haha Eu adoro seus feedbacks! 🎈😀
Eu estou amando seus vídeos e valorizo demais seu trabalho.
Sei bem como é difícil produzir conteúdo e, por vezes, fico deveras desanimado. Porém, sinto um desafogo quando vejo q tem mais gente preocupada em fazer algo bacana por aqui! :)
Sei como é, meu amigo! Também me canso às vezes. A própria política do YT tem barrado muito a abrangência de canais como o nosso. Mas precisamos persistir.
Luftballon - Bruno Neppo estamos juntos :)
🎈🎈
Amigo, você mandou muito bem no vídeo... Me ajudou muito a entender o texto, baita aula!
Desejo muita força nos seus projetos... obrigado.
Obrigado pelo feedback, Lucas. Vou manter o gás e o ânimo aqui, enquanto der. Tomara que mais pessoas conheçam o projeto. Abraçao!
Eu estava lendo o livro e pensei que não era alfabetizada, ao assistir seu vídeo descobrir novamente que sei ler kkkk... Obrigada pela aula!
Demais!
Muito muito bom... show sua explicação parabéns...
Obrigado, meu caro!!! Fico feliz que tenha gostado.
Sou aluno de filosofia da UFFS - CHAPECÓ -SC...
Bom demais! Vamo continuar a trocar figurinhas.
Seria interessante um segundo vídeo tratando do Livro do Filósofo que tem mais textos epistemológicos que o Sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral.
Nessa nossa época em que biólogos como Natália Pasternak escrevem livros de pseudoepistemologia atacando a metodologia sui generis das ciências humanas e da filosofia seria bom um CONTRA-ATAQUE por parte dos filósofos e Nietzsche, Berkeley, Hume, Wittgenstein, Popper e McIntyre são ótimas prá isso.
ta de parabéns, adorei o vídeo, vai me ajudar muito na prova!!!!
Anna Beatriz zói de boi
Imagine Stories pindola de borboleta
Obrigado, Anna. Fico feliz que tenha ajudado. O intuito do canal é esse mesmo, criar conteúdo de filosofia com linguagem simples e de fácil acesso. 😀🎈 Apareça mais por aqui!
❤️
Nietzsche ❤
Como não amar, né!? Rs
que vídeo maravilhoso aaaa *-*
Obrigado, Vitória! Fico feloz que consegui comunicar bem o conteúdo. Se quiser, dá uma conferida nos outros e, se gostar, se inscreva no canal! 😀
@@Filosofares com certeza!!
😀🎈
O Nietzsche conhecia o interior humano como poucos! Genial
Não é à toa que ele disse que nasceu à frente do seu tempo, póstumo! Um dos meus pensadores prediletos.
Luftballon - Bruno Neppo meu escritór preferido, um verdadeiro poeta da valorização da vida
Sim! Muito incompreendido por muitos!
Muito bom. Para mim Nieztche não justifica o relativismo pós-moderno, nega o cientificismo sem negar a prática científica.
É exatamente essa minha interpretação também. A crítica direta é a ciência que se autodenomina descobridora da verdade.
Estou escrevendo um artigo sobre esse TEMA
Me conta como anda. Fiquei curioso.
Video muito bom, porém a musica está muito alta e isso tira a concentração.
Poxa... vou me atentar a isso nos próximos. Obrigado por comentar!
👍👍👍👍
*✓*
A CULPA E O CULPADO
Amigo: Mas como pode ser isso?
Filósofo: Dizem que para uma mentira ser uma verdadeira mentira, ela tem que ser totalmente falsa, mas como isso é possível se toda mentira tem como base um propósito verdadeiro?
Amigo: Isso é verdade?
Filósofo: Claro! Quem mente não possui apenas a simples intenção de mentir, sua intenção é outra, e a mentira é apenas um meio para alcançá-la. Ou seja: sua intenção que está além da mentira é uma verdade, mesmo que possua a intenção de mentir, já que ao mentir pratica sua verdade.
Amigo: Deixa ver se entendi bem: você está dizendo que, mesmo quando eu minto, estou sendo verdadeiro?
Filósofo: Sim, claro.
Amigo: Então, porque você fica tão chateado comigo se sempre sou verdadeiro com você?
Filósofo: Ora seu f!#@*...
Diabo: Ei, calma rapazes! Sugiro que continuemos com o nosso diálogo.
Amigo: Sim, com certeza. Mas quem mente não está sendo falso?
Filósofo: Sim e não, já que mesmo com palavras falsas, falamos com intenções verdadeiras, ainda que más, pois sempre em todos os casos estaremos verdadeiramente sendo nós mesmos.
Amigo: Então não existe mentira?
Filósofo: Como disse antes: não mentimos por mentir, mentimos para realizar nossas verdades.
Amigo: Ok. Então, nossas mentiras, mesmo sendo falsas, são mentiras verdadeiras e não verdadeiras mentiras?
Diabo: Era exatamente isso o que eu estava tentando dizer até os dias de hoje, mas ninguém me entende. Todos pensam que sou totalmente mentiroso...
Texto tirado do livro (O DIABO E O FILÓSOFO/ Ed. Autografia)
muito raza a interpretação...
Obrigado pelo comentário crítico. Estou disposto a melhorar e aprender.
Muito raso o comentário...
o que é "razo" kkkkkk?
Esse livro é muito egoísta cara, o Ego é grande.