O que quer dizer identitarismo?
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- čas přidán 26. 08. 2024
- No Diálogos com a Inteligência deste domingo, 14 de julho, o doutor em Sociologia e professor de Ciências Políticas do IESP-UERJ, Luiz Augusto Campos, conversa com o cientista político e colunista do Meio, Christian Lynch, sobre o que é o conceito chamado por identitarismo e explica por que não reconhece como um movimento forte no Brasil.
#Política | #Esquerda | #Meio
o que eu entendo por identitarismo é o hiperfoco em algumas características inatas. você não é um individuo. ricardo ou manoela ou sei lá. pro identitarismo você é antes de tudo preto ou gay ou trans ou uma soma dessas coisas. então personalidade, gostos, experiencias particulares, opiniões sobre economia ou profissão ficam todas em 15º plano. o que importa não é que você é você. o que importa pros identitaristas é que você é mulher + negra + nordestina. ou homem + indígena + gay. esse é o filtro. o identitarismo não vê pessoas. vê grupos marcados por características inatas. e daí tira todos as coisas que defende ou condena. sejam cotas, o conceito de lugar de fala ou cortes de cabelo. um identitarista não tem tranças porque gosta de tranças. ele tem tranças porque ele é trans + negro + bisexual e o corte de cabelo é um sinal para de pertencimento para o seu grupo. e por aí vai. é bem como gente muito religiosa vê o mundo. tipo judeus ultraortodoxos. sempre sob uma ótica bem especifica de grupo e pertencimento. o marxismo via todo mundo por classes sociais. esse era o filtro deles. se vc pertencia a uma classe de trabalhadores camponeses ou trabalhadores fabris, você teria mais em comum com um trabalhador camponês da mongólia do que com alguém de classe média no bairro ao lado. o filtro liberal é pensar sempre na liberdade do individuo antes da sociedade ou da igualdade socioeconômica. o filtro fascista é ver tudo sob a ótica do deus, pátria e família tradicional.
pra exemplificar melhor: pra esquerda tradicional, o foco é ter escolas públicas de qualidade em todos os cantos do país, de forma a alfabetizar todas as crianças. pra esquerda identitária, o foco é colocar no currículo uma matéria de história negra latinoamericana ou visibilizar a população queer na escola pós colonial ou algo assim. pra um liberal tradicional o foco era deixar as pessoas "escolherem" se vão pra escola publica, particular, religiosa ou homeschool. pro neoliberar é privatizar todas as escolas públicas pq tudo público seria ruim e tudo privado é ótimo. pros fascistas o foco é colocar PM na sala de aula e proibir o ensino da evolução
É interessante porque isso explica em parte todo esse reacionarismo identitário (proibição de certas palavras, tentativas de cancelamentos etc.), que antes era atribuída apenas aos conservadores.
Assim como para os conservadores, existe a necessidade de reforçar os papéis sociais de cada rótulo (homem, mulher, família etc.), para os identitários, existe a necessidade de ressignificar os papéis sociais de cada rótulo (minorias étnicas, identidade de gênero etc.) e conformá-las ao rótulo.
Por exemplo, fico pasmo toda vez que eu vejo ativistas negros defendendo segregação racial (isto é, que negros apenas se casem com negros).
@@bonk78624 exatamente!
Meu caro vc descreveu os identitários de uma forma que eu nunca vi antes e deixo aqui meu parabéns! Porém no final ao se referir ao fascismo percebe que vc não sabe o que é.
Até a parte dos identitarios estava bem, depois se perdeu
Entao, segundo o entrevistado, ninguem pode usar termos generalistas como "direita", por exemplo. Ao risco de alguem retrucar pedindo o "telefone da direita". Quer passar pano pra identitário? Passa. Mas faz direito.
A grande questão, q inclusive quando falado de Lelia Gonzáles é tocado levemente, é que o Brasil tem questões muito, muito mesmo mais nacionais e abrangentes, como.o racismo a serem tratadas , antes de "subdivisões " identitarias, essa é a questão. Quando comparado aos EUA fica mais patente que as desigualdades de uma nação devem ser combatidas antes, e quando alcançado um "patamar mínimo " de igualdade, ai sim podemos tentar fazer essa luta mais fragmentada, não antes. Abraços, nunca esquecer que o luloptismo é uma elite BRANCA, dando migalhas aos que militam pela lutas de classe!
Muito bom, cristalino na explicação
Muito filosofico pra mim, poxa vida , nao entendi nada .
O Luiz Augusto está explicando que no Brasil o movimento negro e o movimento feminista não podem ser considerados "identitários" porque esses movimentos não celebram a diferença cultural, existe um propósito de igualdade de direitos e oportunidades. Esses movimentos lutam por justiça. Ele deu dois exemplos: as cotas e o aborto. A cota é uma política identitarista? Ele que disse que NÃO, porque o objetivo da cota não é valorizar a cultura negra e sim proporcionar igualdade entre pessoas negras e brancas. A mesma coisa o aborto. Legalizar o aborto não tem a ver com celebração da diversidade (algo do tipo: 'vamos valorizar as mulheres!'), e sim salvar a VIDA das mulheres. Então, dizer que o movimento negro e feminista são identitários, é, na verdade, uma grande MENTIRA.
@@portadoradaluz entao me diga: negros podem ser racistas? E brancos?
A maior parte do o movimento negro por exemplo, luta por cotas e por História da África, mas pouco milita sobre qualidade da educação pública.
Isso é válido, considerando o contexto histórico e se reconhecer no mundo. Quer queira ou não,ignoramos completamente o que acontece na África além de um racismo pesado e condição social que prejudica a pessoa, é como um correr com X dificuldade e outro correr com dificuldade vezes 10. O ponto da crítica seria quando são pautas vazias,não geram nenhuma consequência benéfico social ou só demarcar lugar. E pra evitar isso é bom ter boas definições que não caiam em subjetividade.
Muito bom!!!!
As pautas identitárias são universais, não devem servir para enfraquecer e nem serem enfraquecidas nas lutas e nos setores organizados em torno de pautas totalitárias.
A permanência das pautas identitárias (em que pese a reivindicação parcial que elas representam) nos mais variados cantos organizados ou não da sociedade, mas num exercício que lhe é desafiador. Lideranças que bem expressem uma tomada de consciência e seu exercício serão sempre necessárias e imprescindíveis.
Ele está completamente equivocado sobre o significado de "identitarismo" quando usado pelos críticos desses movimentos. Poderia ter aproveitado o contato com o Meio e perguntado ao professor Wilson Gomes, que já escreveu mais do que o suficiente sobre o fenômeno para alguém seriamente interessado se inteirar de um definição do conceito, que supostamente é tão misterioso para o entrevistado.
Sobre o tema entrevista do Mounk dada ao Pedro Doria nesse canal...
É surreal um camarada fazer essa separação radical entre características ideológicas de movimentos nos EUA e no Brasil, enquanto é evidente, além de muito constrangedor, que as pautas e clichês do discurso de ativistas e militantes brasileiros são copiadas de fontes universitárias e políticas dos Estados Unidos. Aliás, essa é a característica que une progressistas identitários e extrema-direita, esse "copiar e colar" da guerra cultural e da polarização entre republicanos e democratas. Ou seja, isto é o que há de hegemônico hoje, os posicionamentos que ele defende é que são minoritários e desconhecidos pela população que não é especializada no debate acadêmico.
Claro que ele não entende. Está tão imerso nessa coisa que não consegue enxergar de fora.
Eu acho que eles querem um curral eleitoral, pouco se preocupam com minorias que não têm representatividade eleitoral, ainda que o tenham numericamente, como idosos, por exemplo.
Engraçado que os direitos específicos defendidos pela direita não seriam "identitários", né? Como o direito de ser CEO de MEI e dirigir uma bicicleta entregando comida de madrugada em bairros em que clientes ameaçam esses CEO com revólveres porque tais direitores se recusam a subir no andar deles pra entregar o pacote do Méqui. 🤷🏻♀️ Nada "identitários" esses direitos e problemas de gestão. Agora, sem sarcasmo, por que não é considerado identitário querer menos direito trabalhista?! Seja vindo o desejo do CEO de MEI seja do cara que tá na capa da FORBES ou até na lista de financiadores do 8/1?? Muito engraçados esses caras que gostam de classificar os outros de modo a desqualificar o que esses outros querem só porque convém, ou seja, porque quem classifica se incomoda/discorda com/de quem é classificado!
Discordo dele. Ele parte do princípio que o termo "identitarismo" é uma crítica que vem da direita, como se fosse um mero xingamento (semelhante à "petralha" ou "bolsominion"). Não. Dentro da esquerda há enorme crítica ao identitarismo. Em segundo lugar, não é verdade que o identitarismo tem a igualdade como horizonte. Dentro do movimento negro, existe ódio à mestiçagem, não apenas por causa do mito da democracia racial. Eles odeiam a mestiçagem porque são contrários à qualquer identidade de síntese, híbrida, mista. Quem discorda é chamado de racista.
Outra coisa que caracteriza o identitarismo é o tal "lugar de fala". Não importa o que está sendo dito, mas quem diz. Se o autor do texto é mulher, isso vale mais para o feminismo do que o argumento em si. Logo, o identitarismo é contra a pluralidade de ideias, pois apenas quem faz parte daquele grupo específico tem "autorização de fala". Portanto, não há tolerância ao contraditório e a argumentação não tem a mesma validade de antes, pois o emissor da mensagem é mais importante do que a capacidade argumentativa. É isso que é o identitarismo. Um foco em quem se fala. Esse foco em quem se fala é contrário ao horizonte de igualdade justamente porque a sociedade como um todo não é chamada para participar do processo. Existe um grupo de "eleitos" que vai liderar os movimentos sociais e o restante da população deve apenas assistir tudo sem reclamar porque não faz parte do grupo dos eleitos.
Nobody knows… 😊
Sou progressista em pautas econômicas, já na de costumes nem tanto. E acredito que na cabeça da maioria da população a agressividade de partidos como o PSOL ao tratar as pautas identitárias, assusta.
Então esqueceu o movimento negro da década de trinta , de cinquenta , dos clubes dos pretos, do banco da cor..... O mundo não começou agora ..
Esse cara é desonesto. Ou ele faz força pra nao ver as coisas
Cota pra entrar na universidade (por um tempo determinado), eu até entendo e aceito. Seria melhor se fosse por classe social, mas ok. Mas COTA PRA CONCURSO PÚBLICO é uma das coisas mais grotescas e imorais que já vi! E eu sou de esquerda (até a alma, graças a deus)!
Mesmo para os cargos humildes do serviço público?
Cota pra universidade “sim” mas para concurso público “grotesco e imoral”.. amigo ou vc é a favor ou contra, o que não dá é ficar em cima do muro.
Mas é exatamente a mesma racionalidade.
@@foggybeat946 Cota para negros em vagas de serviços gerais não seria uma espécie de racismo?
@@jamesclerkmaxwell8545 humn .Naum cara palida. Óbvio que teste. aptidão minima para todos e DENTRO dele uma cota para os mais desprivilegiados. ( Que majoritáriamnt costumam ser pretos-as)). Isso garante que a 2a geração deles já terá outra realidade.
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