Como interpretar o livro de Gênesis? | Prof. Felipe Aquino

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  • čas přidán 12. 09. 2024
  • Adão e Eva existiram mesmo? Como foi a criação do mundo, ou ainda, a Igreja é Criacionista ou Evolucionista?... Estas e muitas outras questões serão respondidas. Não deixe de ver!
    Entre outras coisas, como ensina D. Estevão Bettencourt, o livro do Gênesis quer nos ensinar, através de uma linguagem metafórica que:
    1. Deus criou o ser humano masculino e feminino, podendo ter havido a evolução da matéria preexistente até chegar ao grau de complexidade do corpo humano;
    2. Deus concedeu aos primeiros pais a chamada “justiça original”, que dava ao homem perfeita harmonia consigo, com Deus, com a mulher e com a Criação. A criação do mundo bom por parte de Deus, a elevação do homem à filiação divina e a violação dessa ordem inicial pelo pecado (Gn 1, 1-3, 24);
    3. Deus deu aos primeiros pais um modelo de vida, figurado pela proibição de comer a fruta da árvore da ciência do bem e do mal. Criado para viver em comunhão com Deus, e como filho de Deus, ele devia comportar-se não guiado por si mesmo, mas pela obediência a Deus.
    4. O homem, por soberba e desobediência, disse Não ao modelo de vida proposto pelo Criador, e, então, perdeu a comunhão com Deus e perdeu o estado de santidade e de justiça original.
    5. O fratricídio de Caim, consequência do fato de que o homem abandonou a Deus; perdeu também o amor ao seu semelhante (Gn 4, 1-16).
    Desta maneira, o autor mostra que Deus fez o mundo bom e convidou o homem para comunhão com Ele. Mas o homem disse Não. Deus reafirma seu desígnio de bondade, prometendo restaurar, mediante o Messias, a amizade rompida pelo pecado (Gn 3, 15). Este foi-se alastrando cada vez mais, como mostram os episódios de Caim e Abel (um fratricídio), do dilúvio e da torre de Babel. Então, para realizar seu desejo de reconciliação do homem com Deus, o Criador quis chamar Abraão para dar início a um povo portador da fé e da esperança messiânicas. Assim chegamos a Gn 12 (a vocação de Abraão).
    Os autores sagrados quiseram também relacionar o mundo todo com Deus, mostrando que tudo é criatura de Deus e que não há muitos deuses. As verdades teológicas que a narrativa da criação em seis dias quer transmitir são religiosas e não científicas:
    a) Só há um Deus. Não há astros sagrados, como os caldeus da terra de Abraão acreditavam. Não há bosques sagrados como os cananeus da nova terra de Abraão professavam. Nem há animais sagrados, como os egípcios, entre os quais viveu Israel, acreditavam.
    b) Deus é bom e, por isto, fez o mundo muito bom. Se há mal no mundo, não vem de Deus, mas do homem (cf. Gn 3). Toda forma de dualismo (um Deus do bem e outro do mal) é rejeitado e não se rejeita a matéria como se fosse essencialmente má.
    c) O mundo não é eterno, mas foi criado por Deus e começou a existir. Não entra na questão do evolucionismo, apenas mostra que a matéria e o espírito têm origem por um ato criador de Deus; qualquer teoria científica que admita isto, é aceitável aos olhos da fé.curso_biblico
    d) O homem é o representante (imagem e semelhança) de Deus, não por seu corpo, mas por sua alma espiritual, dotada de inteligência, liberdade, vontade e consciência. “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança…”. O homem e a mulher têm a mesma origem, ambos surgem simultaneamente.
    e) O casamento é uma instituição divina, tornando-se uma instituição natural, que não depende dos deuses da fecundidade admitidos fora do povo bíblico.
    f) O trabalho do homem é continuação da obra de Deus; é santo, qualquer que seja a sua modalidade, desde que executado em consonância com o plano do Criador.
    De maneira geral, pode-se dizer, então, que toda a tendência da narração da criação é apresentar o homem como mediador entre o mundo inferior e Deus; esse mediador exerce, por sua posição e sua atividade na terra, um sacerdócio ou a missão de fazer que todas as criaturas irracionais, devidamente utilizadas pelo trabalho do homem, deem glória ao Criador.
    Os seis dias do Gênesis não significam eras ou períodos geológicos, como alguns quiseram entender no passado (era azóica, primária, secundária…). O autor sagrado não tinha as preocupações de um cientista, mas apenas um ensinamento religioso. Na verdade ele tinha em mente dias de 24 horas (nos quais houve tarde e manhã, cf. 1, 5.8.13.19.23.31); em outras palavras: ele imaginou uma semana como a nossa, mas uma semana simbólica, que nunca existiu.
    - O que o livro do Gênesis quer ensinar?
    goo.gl/8GK8an
    - Catequese sobre o livro do Gênesis
    goo.gl/mQoySd

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