Os Vários Sequestros da Independência | Aula

A nossa Independência passou por uma série de sequestros, com várias narrativas criadas até que chegássemos nessa grande versão oficial, de uma Independência pacífica, ordeira, com Dom Pedro I muito elegante às margens do Ipiranga. Mas hoje sabemos que não foi bem assim.
O próprio imperador criou essa ideia de um grandioso 7 de setembro, tentando de alguma maneira destacar seu protagonismo na grande cena e assim elevar sua popularidade que andava em baixo no final da década de 1820.
No centenário da data, foi a vez de São Paulo se apropriar da festa, tentando colar a imagem do estado, à cena da independência e à tela de Pedro Américo datada de 1888.
Anos depois, em 1972, por ocasião dos 150 anos da independência, em tempos de ditadura militar, foi a vez dos generais trazerem o corpo de d. Pedro, que desfilou pelo país até ganhar jazigo em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.
E agora temos um sequestro mais contemporâneo, com o presidente não só seguindo a linha da necropolítica, trazendo emprestado o coração do Imperador ao Brasil, mas anunciando golpes, tanques nas ruas e ameaças agendadas para os 200 anos da Independência. Volto a enfatizar: O 7 de setembro deve rememorar a nossa democracia e a nossa república, e não a golpes que querem usar do passado para justificar o presente. Aliás, nesse 7 de setembro, seja independente!
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