Olha, mesmo sendo eu portuguesa o teu video fez me ver tanta coisa que me tinha escapado! Especialmente da parte visual, porque tenho ouvido essa música mais no video do audio e não no video da atuação. Esta já era a minha vencedora, mas depois de ter visto a tua análise passei a gostar ainda mais. E vou recomendar a mais pessoas.
Gostei muito desta análise, e ouvi coisas novas nela. Obrigado! Povo pequenino é uma música de que eu também gostei muito, por diversos motivos, alguns deles referidos aqui. Na questão do festival fiquei surpreendido por não terem ficado em segundo ou terceiro lugar - nesse contexto achei Maro e Pongo e Tristany mais fortes. Esta música toca a portugalidade em várias camadas de significado, como magistralmente explicaste, e talvez seja essa a sua fragilidade em termos festivaleiros: difícil transmitir a mensagem para o exterior, e mesmo em Portugal parte dela só faz sentido para pessoas mais velhas(submissão, violência no ensino). No aspecto mais táctico Portugal também teve uma má experiência com Conan Osíris (canção de que eu gostei bastante), que levou uma proposta ousada que foi afundada na Eurovisão. Tudo isto em conjunto com alguma homofobia, que não vi explícita mas acredito existir, ditou o destino da canção na minha opinião. É uma canção que me orgulha bastante e que colocou os Fado Bicha no meu radar.
Que bom que gostasses! Obrigade polo comentário e a tua reflexom. Entendo o teu ponto de vista, mas isso depende da tua consideraçom de Eurovisom. Eu queria que fossem nom para ganhar (que estaria genial), só porque gostei delas. Tampouco tenho tanta perspetiva de como poderiam ficar no festival: nom é algo sobre o que tenha muito conhecimento. De todos os jeitos, acho que o facto de que 'Povo Pequenino' e a sua narrativa sejam assim de portuguesas também é algo positivo. Representa bem a cultura de alí, e nom só. Este conceito de partes "escuras" nas histórias dos países com as que nom temos -ou nom queremos ter- memória, mas que configuram uma grande parte do nosso imaginário, é bastante comum na Europa. Dentro do marco do Estado espanhol, por exemplo, encontramos um paralelismo com o franquismo. Penso que, partindo da particularidade da história portuguesa, o público poderia ter reflexionado sobre as suas próprias história e passados, e isso também teria sido lindo. E seria um jeito de Portugal aceitar o seu próprio passado, e convidar outros países a fazê-lo. Nom concordo muito no que dis de que só fai sentido para persoas mais velhas. As novas geraçons temos de aprender dos erros do passado -e dos acertos!- e também está nas nossas maos conservar essa memória. Penso que o que aconteceu nom foi há tanto, é que ainda temos a pegada do colonialismo e os regimes totalitários. Esta pegada afeta também às persoas novas, pode fazer sentido para elas e ser uma oportunidade para aprenderem sobre a história! Mas isto todo som reflexons persoais, pois a cançom nom vai representar finalmente a Portugal 💔
@@neeumatiko obrigado pela tua resposta. Concordo com o que dizes, as gerações mais novas devem conhecer e aprender com o passado, e os mais velhos também não devem tentar transformar certos temas em tabu, mas estes fenómenos de massas funcionam à base de reações emotivas e não racionais. Tento apenas perceber o que aconteceu, embora possa estar completamente equivocado. Em termos performativos e de conteúdos para reflexão esta canção era claramente a melhor deste festival, e de certa forma eles foram vencedores porque puseram algumas pessoas a refletir e a debater, e isso é uma vitória em si. O resto é entretenimento.
Olha, mesmo sendo eu portuguesa o teu video fez me ver tanta coisa que me tinha escapado! Especialmente da parte visual, porque tenho ouvido essa música mais no video do audio e não no video da atuação. Esta já era a minha vencedora, mas depois de ter visto a tua análise passei a gostar ainda mais. E vou recomendar a mais pessoas.
Brutal! Encantoume ✨
Obrigadeee 😍😍
Parabéns!!! Valeu!!
Obrigade 🥰🥰🥰
💓💓💓💓💓🏳️🌈
❤️🧡💛💚💙💜
Gostei muito desta análise, e ouvi coisas novas nela. Obrigado! Povo pequenino é uma música de que eu também gostei muito, por diversos motivos, alguns deles referidos aqui. Na questão do festival fiquei surpreendido por não terem ficado em segundo ou terceiro lugar - nesse contexto achei Maro e Pongo e Tristany mais fortes. Esta música toca a portugalidade em várias camadas de significado, como magistralmente explicaste, e talvez seja essa a sua fragilidade em termos festivaleiros: difícil transmitir a mensagem para o exterior, e mesmo em Portugal parte dela só faz sentido para pessoas mais velhas(submissão, violência no ensino). No aspecto mais táctico Portugal também teve uma má experiência com Conan Osíris (canção de que eu gostei bastante), que levou uma proposta ousada que foi afundada na Eurovisão. Tudo isto em conjunto com alguma homofobia, que não vi explícita mas acredito existir, ditou o destino da canção na minha opinião. É uma canção que me orgulha bastante e que colocou os Fado Bicha no meu radar.
Que bom que gostasses!
Obrigade polo comentário e a tua reflexom. Entendo o teu ponto de vista, mas isso depende da tua consideraçom de Eurovisom. Eu queria que fossem nom para ganhar (que estaria genial), só porque gostei delas. Tampouco tenho tanta perspetiva de como poderiam ficar no festival: nom é algo sobre o que tenha muito conhecimento.
De todos os jeitos, acho que o facto de que 'Povo Pequenino' e a sua narrativa sejam assim de portuguesas também é algo positivo. Representa bem a cultura de alí, e nom só. Este conceito de partes "escuras" nas histórias dos países com as que nom temos -ou nom queremos ter- memória, mas que configuram uma grande parte do nosso imaginário, é bastante comum na Europa. Dentro do marco do Estado espanhol, por exemplo, encontramos um paralelismo com o franquismo. Penso que, partindo da particularidade da história portuguesa, o público poderia ter reflexionado sobre as suas próprias história e passados, e isso também teria sido lindo. E seria um jeito de Portugal aceitar o seu próprio passado, e convidar outros países a fazê-lo.
Nom concordo muito no que dis de que só fai sentido para persoas mais velhas. As novas geraçons temos de aprender dos erros do passado -e dos acertos!- e também está nas nossas maos conservar essa memória. Penso que o que aconteceu nom foi há tanto, é que ainda temos a pegada do colonialismo e os regimes totalitários. Esta pegada afeta também às persoas novas, pode fazer sentido para elas e ser uma oportunidade para aprenderem sobre a história!
Mas isto todo som reflexons persoais, pois a cançom nom vai representar finalmente a Portugal 💔
@@neeumatiko obrigado pela tua resposta. Concordo com o que dizes, as gerações mais novas devem conhecer e aprender com o passado, e os mais velhos também não devem tentar transformar certos temas em tabu, mas estes fenómenos de massas funcionam à base de reações emotivas e não racionais. Tento apenas perceber o que aconteceu, embora possa estar completamente equivocado. Em termos performativos e de conteúdos para reflexão esta canção era claramente a melhor deste festival, e de certa forma eles foram vencedores porque puseram algumas pessoas a refletir e a debater, e isso é uma vitória em si. O resto é entretenimento.