Do Sincretismo à Autonomia: O Futuro do Candomblé no Contexto Religioso Brasileiro - EP. 272

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  • čas přidán 21. 04. 2024
  • O sincretismo religioso foi uma prática difundida durante o período colonial do Brasil. Durante esse tempo, os africanos escravizados foram compelidos a adotar práticas religiosas cristãs, como o catolicismo, como uma forma de integração forçada na sociedade. No entanto, é crucial questionar se essa questão ainda está sendo discutida adequadamente nos dias de hoje.
    É notável que membros da religião do candomblé estejam buscando, por meio da lei, o direito de participar das atividades da igreja católica, inclusive levando seus iniciados, conhecidos como iyawos, para participar dos rituais. Mas será que essa prática é apropriada para os tempos atuais? Vamos explorar esse tema mais profundamente.
    A prática de levar os iyawos à igreja para receber sacramentos, como a eucaristia e a bênção do padre, após sua iniciação, é um exemplo de sincretismo religioso entre o candomblé e o catolicismo. Embora isso fosse comum no passado, muitos praticantes contemporâneos, como eu, questionam a validade dessa prática.
    No passado, essa era uma estratégia de sobrevivência, onde os adeptos do candomblé frequentavam a igreja para esconder suas verdadeiras crenças, enquanto praticavam sua fé em segredo. No entanto, hoje em dia, essa prática levanta questões fundamentais sobre a identidade e autonomia religiosa.
    O candomblé e o catolicismo são tradições religiosas distintas, com suas próprias visões de mundo, crenças e rituais. Manter a prática do sincretismo hoje em dia não é apropriado, pois isso dilui a identidade e integridade do candomblé. Além disso, a história do candomblé é marcada por perseguição por parte das religiões judaico-cristãs, o que torna ainda mais questionável a ideia de sincronizar essas práticas religiosas.
    A iniciação no candomblé não requer bênçãos da igreja católica ou participação em seus rituais. O candomblé é uma tradição religiosa autônoma que não deve ser subordinada a nenhuma outra prática religiosa. É importante compreender e respeitar as diferenças culturais e religiosas, buscando promover uma abordagem autêntica e independente.
    Os praticantes do candomblé devem se distanciar do sincretismo religioso e buscar uma conexão mais profunda com suas raízes africanas. Isso implica questionar as práticas sincréticas e abandoná-las, recusando-se a manter uma submissão ao catolicismo que historicamente oprimiu essa tradição religiosa.
    Portanto, é crucial que cada sacerdote do candomblé se comprometa a preservar e fortalecer a identidade e a autonomia dessa tradição religiosa, afastando-se de qualquer forma de sincretismo religioso com o catolicismo. É hora de acabar de uma vez por todas com a subserviência à Igreja Católica e promover uma prática religiosa mais autêntica e independente.
    #Candomblé #TomOloore #HistoriandoAxé
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Komentáře • 10

  • @alexandrasilverio4827
    @alexandrasilverio4827 Před 3 měsíci +1

    Bênção de todos e uma sensaincrível tarde❗️
    Babá, sou alinhada com o seu pensamento. Não precisamos retroceder e, sim, avançarmos nas conquistas. Principalmente agora q a extrema direita está dominando o discurso.

  • @luizleite1966
    @luizleite1966 Před 3 měsíci +2

    Sempre uma aula vossas pílulas. Eu concordo plenamente com o senhor, levar filho de santo (candomblé, umbanda ou outras religiões) para receber a benção, nos dias de hoje, não faz sentido. Mas como gosto de dizer que há sempre ponderações, temos que lembrar que grandes baluartes do Candomblé tinha um amor pelo rito católico, como Mãe Menininha e Pai Agenor, dois dos grandes. Logo, se o sacerdote fizer isso com Respeito e Amor, eu não critico. Outro ponto, a Jurema Sagrada tem a influência primordial do rito católico absorvida na crença indígena (nesse ponto não é ir a igreja, mas utilizar o rosário e as rezas cristãs), posteriormente ela absorveu algo da nação Banto e Nagô! Então esse sincretismo quando feito de forma Respeitosa e com Amor, ao meu ver, também não há problema.

  • @karinmazorca9099
    @karinmazorca9099 Před 3 měsíci

    Motumbá, Bàbá! Realmente, é compreensível a prática no passado, e é importante respeitar o que foi feito pelos que vieram antes de nós, para sobreviver e resistir. Porém, não compreendo a manutenção da prática hoje em 2024. Liberdade religiosa é um direito nosso e de qualquer praticante de qualquer religião. Mojubá.

  • @josejorgeribeiro9318
    @josejorgeribeiro9318 Před 3 měsíci

    Reflexão perfeita sobre o Sincretismo. Parabéns Pai

  • @paulobarbin5441
    @paulobarbin5441 Před 3 měsíci

    Passou da hora...

  • @eu_andersonrocha
    @eu_andersonrocha Před 3 měsíci

    Uma ótima explanação, infelizmente muitos sacerdotes e pessoas de fora do candomblé ainda tenta trazer essa idéia de subserviência,como se o candomblé precisasse dos seus santos.
    É só uma reprodução do preconceito mesmo

  • @bruxamysticoficial
    @bruxamysticoficial Před 3 měsíci

    Entendo o sincretismo lá no passado, quando nossos ancestrais foram escravizados e para poder cultuar sua fé e poder ser aceito. No início dos anos 80 quando minha tia foi iniciada e teve que ir a igreja tomar a benção do padre, eu criança fiquei tão confusa e mesmo sendo orientada a época pelo babalorixá , eu nunca entendi essa "mistura" de crença. E hj, com certeza, afirmo, nada tem a ver esse consentimento.

  • @sheilasantos6532
    @sheilasantos6532 Před 3 měsíci

    Mais infelizmente ainda tem.

  • @tamberegy
    @tamberegy Před 3 měsíci

    Concordo Pai e digo mais pra mim nem sincretismo e nem ecumenismo é muito bonito, mais na prática não funciona para as religiões Afro