Diálogos da Alma parte 12

“As incertezas são muitas, uma delas - não a menor - é segurar este novo mundo”.
12º texto de “Os Livros Negros”, datado de 20 de dez. de 1913.
Os analistas junguianos Maria Conceição Longatto e Sílvio Lopes Peres (IPAC/IPABAHIA/AJB/IAAP), convidam a acompanhar o Projeto “Diálogos com a Alma”.
“Escute” as imagens que estão na profundeza de sua alma, pela leitura do texto!
Notas:
“As incertezas são muitas, uma delas - não a menor - é segurar este novo mundo” - C. G. Jung. Os Livros Negros, 1913-1932: cadernos de transformação. Vol. 2. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020, p. 177.
Sábado, 20 de dezembro de 1913.
“Na noite anterior, Jung fizera uma apresentação à Sociedade Psicanalítica de Zurique sobre “A psicologia do inconsciente”. Ele discutiu a relação com a realidade dos primitivos, observando especialmente: “Encontrar analogias é, portanto, uma atividade muito importante. Basta falar do mito a fim de alcançar o efeito que o mito descreve. Originalmente, o mito era uma fórmula curadora através do poder do pensamento. Magia de analogia para alcançar sublimação” - Nota 143 - C. G. Jung. Os Livros Negros, 1913-1932: cadernos de transformação. Vol. 2. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020, p. 177.
Segundo Bernardo Nante: “O espírito da profundeza irrompe e profere, com voz potente, um discurso que é difícil de reproduzir, devido aos inúmeros matizes que contém. [...] O espírito lhe assinala que ele concebeu o germe do ‘eu’, isto é, do homem vindouro, na necessidade e na baixeza mais profundas. Por isso o anuncia seu arauto, o medo, e a cada lado estão a dúvida (à direita) e a decepção (à esquerda). Não é casual, ao que parece, que a dúvida esteja à direita, pois corresponde ao pensar; já a decepção está à esquerda, pois constitui - por assim dizê-lo - uma alteração do sentir. [...] essa descida às profundezas é perigosa e é mister se portar com “temor e tremor”, com desconfiança e cuidado. É conveniente não descer a sós e assegurar o caminho da volta, pois a profundeza tende a devorar” - NANTE, B. O Livro Vermelho de Jung: Chaves para a compreensão de uma obra inexplicável. Argentina: Editora El Hilo de Ariadna; Petrópolis, RJ: Vozes, 2018, p. 296, 297.
O próprio Jung, acerca do “espírito da profundeza”, afirma: “A alma é uma realidade impossível de ser abarcada com os atuais recursos do conhecimento” - Psicologia e Alquimia. Vol. 12, § 564.
Maria Conceição Longatto: psicóloga e analista junguiana do Instituto de Psicologia Analítica de Campinas, IPAC. Conceição reside e atende em consultório em Piracicaba, SP.
Sílvio Lopes Peres: psicólogo e analista junguiano do Instituto de Psicologia Analítica da Bahia, IPABAHIA. Sílvio reside e atende em consultório em Marília, SP.
Edição: ‪@Djeba101‬