Diálogos da Alma parte 34

Sdílet
Vložit
  • čas přidán 30. 06. 2024
  • “Minh’alma, o que posso dizer? O que dizes tu?”
    34º texto de “Os Livros Negros”, datado de 29 de jan. de 1914. Quinta-feira.
    Os analistas junguianos Maria Conceição Longatto e Sílvio Lopes Peres (IPAC/IPABAHIA/AJB/IAAP), convidam a acompanhar o Projeto “Diálogos com a Alma”.
    “Escute” as imagens que estão na profundeza de sua alma!
    Notas:
    “Minh’alma, o que posso dizer? O que dizes tu?” - C. G. Jung. Os Livros Negros, 1913-1932: Cadernos de transformação. Vol. 4. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020, p. 235.
    Notas:
    Nota 109 - Os Livros Negros, p. 235: “Prossigo em meu caminho. Um aço bem fino, endurecido em dez fogos, escondido debaixo da túnica, é meu companheiro. Trago no peito uma cota de malha, disfarçada sob o manto. De noite conquistei o amor das cobras, adivinhei seu enigma. Sento-me a seu lado sobre as pedras quentes do caminho. São astutas e terríveis, mas sei como cativá-las, aqueles diabos frios que picam no calcanhar as pessoas incautas. Tornei-me seu amigo e toco para elas uma flauta de som suave. Mas minha caverna eu a enfeito com suas peles luzidias. Prosseguindo em meu caminho, cheguei a um rochedo avermelhado sobre o qual estava deitada uma cobra multicolorida. Como já tivesse aprendido do grande Filêmon a magia, tomei minha flauta e toquei para ela uma canção mágica, que a fez acreditar ser ela a minha alma. Quando estava suficientemente enfeitiçada”.
    “O “eu” se entusiasma e isto irrita a serpente, que tenta mordê-lo, mas quebra os dentes, pois o “eu” conseguiu proteger-se pois unificou os opostos num certo nível.
    Mas logo percebe que este engano, esta ficção, é uma espécie de descoberta, pois de algum modo sua alma é uma serpente.
    E diante da surpresa do “eu”, a serpente se apresenta inicialmente como mera banalidade e não como quem está em estreita relação com o além, como alguém vinculado com a sabedoria. Contudo, a serpente lhe avisa que se prepara a “Última Ceia” na qual - como ocorreu com Cristo - se celebra uma espécie de eucaristia consigo mesmo. A que se refere em última instância? Um texto da obra teórica de Jung pode nos ajudar.
    Em Mysterim Coniunctionis, lemos:
    “Se o conflito projetado deve ser sanado, precisa ele retornar à alma do indivíduo, onde ele se originou de modo inconsciente. Quem quiser dominar esta ruina deve celebrar uma ceia consigo mesmo, comendo sua própria carne e bebendo seu próprio sangue, isto é, deve reconhecer e aceitar o outro dentro de si” - Vol. 14/2, § 176.” - NANTE, B. O Livro Vermelho: Chaves para a compreensão de uma obra inexplicável. Petrópolis: Vozes - Rio de Janeiro e Editora El Hilo de Ariadna - Argentina, 2018, p. 419.
    Maria Conceição Longatto: psicóloga e analista junguiana do Instituto de Psicologia Analítica de Campinas, IPAC. Conceição reside e atende em consultório em Piracicaba, SP.
    Sílvio Lopes Peres: psicólogo e analista junguiano do Instituto de Psicologia Analítica da Bahia, IPABAHIA. Sílvio reside e atende em consultório em Marília, SP.

Komentáře •