"Antropoceno, Tecnologia e Distopias Climáticas: O caso da Geoengenharia" | António Carvalho

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  • čas přidán 15. 07. 2023
  • Décima primeira sessão do II Curso de Verão em Literatura, Humanismo e Cosmopolitismo, organizado pelo Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta e dedicado ao tema Distopia, que decorreu no dia 10 de julho de 2023.
    Sinopse:
    A Geoengenharia diz respeito a um conjunto de tecnologias emergentes - como a Gestão da Radiação Solar (GRS) e a Remoção de Dióxido de Carbono (RDC) - frequentemente apontadas enquanto uma solução de último recurso caso as estratégias de mitigação e adaptação às alterações climáticas falhem. À semelhança de outras tecnologias emergentes - como as nanotecnologias - as aplicações mais promissoras (e controversas) de Geoengenharia ainda pertencem ao domínio do futuro, problematizando as fronteiras entre ciência e ficção. Dada a urgência da crise climática, ao longo dos últimos anos têm sido realizados exercícios de envolvimento público para a identificação dos impactos éticos, sociais e políticos da Geoengenharia, principalmente no Norte Global.
    Nesta apresentação irei refletir acerca de dois dispositivos de envolvimento público com Geoengenharia realizados em Portugal no âmbito do projeto de investigação TROPO: Ontologias do Antropoceno em Portugal, que decorreu no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra entre 2018-2022. Numa primeira fase, em Dezembro de 2020, foram realizados 6 grupos de discussão; posteriormente, em Maio de 2021, foi organizado um fórum deliberativo sobre estas tecnologias.
    Com base no material empírico resultante destes eventos participativos irei especular acerca do papel da ficção e da distopia para o desenvolvimento de implicações éticas acerca da Geoengenharia, refletindo sobre os desafios colocados por estas tecnologias emergentes para as humanidades e ciências sociais.
    António Carvalho é Professor Auxiliar na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Até janeiro de 2023 foi investigador auxiliar no Centro de Estudos Sociais, ao abrigo do "Concurso de Estímulo ao Emprego Científico" da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Entre 2018-2022 foi coordenador do projeto de investigação TROPO: Ontologias do Antropoceno em Portugal - Movimentos Sociais, Políticas Públicas e Tecnologias Emergentes. É vice-coordenador do Observatório do Risco (OSIRIS) e membro da equipa de coordenação do ciclo Jovens Cientistas Sociais, do Conselho de Redação da Revista Crítica de Ciências Sociais e da Comissão de Ética do CES. Os seus interesses de investigação atuais incluem biopolítica, Antropoceno, Mindfulness, teoria pós-humanista e afeto. O seu trabalho encontra-se publicado em revistas como Public Understanding of Science, Subjectivity, Nanoethics, Minerva, Social Movement Studies e The Sociological Review.

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